JEJUM E METABOLISMO ENERGÉTICO ft. dra Andreia Antoniolli – Episódio #374
Podcast:
Transcrição:
00:01
Olá, boa noite! Agora ao vivo no YouTube. Hoje é quinta-feira, 10 de agosto de 2023, estamos encerrando mais uma live do Atletas Low Carb, e dessa vez recebendo pela primeira vez. Rapaz, o pedido foi grande. A doutora Andréia tem um fã clube gigantesco, que a quantidade de pedidos para essa live foi grande. Andréia, muito obrigado por ter aceitado o convite, seja muito bem-vinda. Eu que agradeço, Andréia. É um prazer e uma honra estar aqui com você.
00:32
Cara, para quem não acompanha o trabalho da Andréia, desde jájá deixa a recomendação, está aqui. Começa a acompanhar, tá? Andréia Antioniolli, com dois L no final. Acompanha. Agora a gente vai falar sobre o jejum. E a Andréia, ela saca demais. Estuda, aplica e entende. É o melhor tipo de pessoa para a gente conversar, porque não é só teoria, não é só estudo, porque você vai encontrar estudo de todo jeito, fala qualquer informação, saber filtrar e aplicar.
00:58
Essa pessoa, um skin in the game é quem a gente se interessa pra falar aqui, tá? Então pra você que estiver aqui agora no Instagram, aproveita, se tiver dúvidas, quiser colaborar, trazer sua experiência, coloca aqui. Pra quem estiver no YouTube também, quiser colaborar, sejam todos muito bem-vindos, tá? Andréia, pra quem ainda não te conhece, se apresenta aqui pra gente, quem é Andréia, onde mora, qual a sua especialidade, fala um pouco.
01:24
Bom, boa noite a todos, muito obrigada pela audiência de vocês hoje. Mais uma vez, muito obrigada, André, pelo convite. A Andréia é uma pessoa apaixonada pela saúde. Sou uma pessoa muito curiosa, por conta disso me tornei pesquisadora. Então, eu sou uma médica que tenho minha formação inicial. Você vai até ficar surpreso, mas eu sou cirurgiã pediátrica.
01:51
e aí é mas eu já pratico há muitos anos a medicina integrativa né já passou por muitos nomes aí hoje eu prefiro chamar de medicina biomolecular porque eu realmente estou voltada lá para dentro da célula e dos seus componentes que eu acho que é isso que a gente tem que fazer mas enfim resumindo eu estou sempre muito empenhada em melhorar a minha própria performance metabólica
02:18
e a de quem está comigo, meus pacientes, meus seguidores, meus amigos, minha família. E hoje eu tenho um propósito de a gente tentar comemorar sempre aniversários negativos, ou seja, a gente é capaz de rejuvenescer as nossas células e viver 100 anos mantendo todo o vigor da juventude. E o jejum é a ferramenta maior para esse processo, por isso que nós vamos falar dele hoje. Olha só, longevidade é um tema importante para a gente falar sobre o jejum, tá?
02:48
Boa parte do nosso público aqui, André, é de praticante da atividade física ou profissional da saúde que também tem alguma ligação com atividade física. E é importante a gente também fazer esse cruzamento com atividade física, existe muito um mito sobre atividade física e jejum e a gente vai chegar lá. André, curiosidade, por que escolheu medicina? Olha, nunca me passou pela cabeça fazer outra coisa. Meu pai me fala que aos quatro anos de idade eu falei que ia ser médica, então, pra mim, eu sempre…
03:17
Eu acho que nunca tive plano B. E eu costumo dizer que eu realmente sou uma médica por vocação. Eu sou muito feliz com o que eu faço. Muito mesmo. Gosto muito. Belíssima profissão, Vi. Uma boa parte da sua entrevista com a doutora Janaína, cara, é maravilhoso. Maravilhoso. Recomendo também que todos cheguem lá. A doutora Janaína, enfim, ela já passou aqui de alguns lives com a gente. E aí, Andréia falou que gosta de testar, de estudar, de pesquisar.
03:46
E aí eu vi que você também é biohacker. André, por que biohacker? Primeiro, o que é? Para quem ainda não sabe o que é, explica para a gente. E o porquê você gosta de fazer esses testes. Bom, o termo hacker foi cunhado lá pela década de 50, mais ou menos, e significa você estudar profundamente um assunto e depois disseminar esse conhecimento.
04:11
Por volta de 1970, começou a se falar em biohacking, que é a possibilidade que você tem de hackear a sua própria biologia, como? Conhecendo como funciona o seu corpo, as suas células e usando todos os recursos necessários com esses conhecimentos para melhorar a sua performance de uma maneira geral, física, cognitiva, atlética, enfim, de uma maneira geral. Então…
04:39
Eu realmente sou uma biohacker hoje, depois a gente pode falar mais, mas temos várias ferramentas dos biohackers, e o jejum é uma dessas ferramentas. Jejum é uma delas. Você falou vários pontos aqui, melhorar a performance metabólica. Ela falou que aplica o jejum para isso. Então, indo direto ao ponto sobre o nosso tema, metabolismo energético, jejum, energia…
05:04
Como o jejum intermitente, eu não vou entrar em conceitos, porque aqui já tem muito conteúdo sobre jejum, mas como o jejum começa a interferir no nosso metabolismo energético, Andréia? Bom, Andréia, hoje a gente vive uma, posso dizer, uma endemia, uma pandemia de metabolismo inflexível, e o que significa isso? Aquele metabolismo…
05:31
que não está flex, ele só consegue fazer energia a partir do carboidrato. Então, isso se deve a uma endemia de uma situação chamada resistência insulínica. Enfim, aí a gente pode falar de sobrepeso, obesidade, diabetes, que o caminho é esse que vai acontecendo. E eu acho que o jejum é a melhor maneira de você tratar essa condição metabólica.
05:59
E o que desencadeou essa endemia de resistência insulínica, sobrepeso, obesidade, diabetes, ou seja, esse desarranjo do nosso metabolismo energético? Bom, no meu ponto de vista, o grande equívoco da nutrição no século XX foi a questão de que deveria se comer de três em três horas, porque isso aumentaria a nossa taxa metabólica. E quando você faz isso…
06:27
várias coisas acontecem, não é só uma questão de consumo calórico, né? É uma questão de você estar a cada três horas ou, sei lá, periodicamente, seis, oito vezes por dia, estimulando a produção de insulina. E aí, quando você tem uma insulina acima de seis, ela faz uma sinalização totalmente inflamatória, então ela muda uma via metabólica.
06:55
e ela começa a fazer uma sinalização inflamatória, aterogênica, e ela começa a produzir umas citocinas muito fofoqueiras lá no nosso metabolismo, chamadas enteleucinas, e essa enteleucina 6 e o TNF-alpha vão fazer um defeito no receptor dessa insulina, e isso faz com que você cada vez precise de mais quantidade de insulina para fazer o mesmo efeito, para botar o seu carboidrato para dentro da célula, e isso gera um ciclo vicioso.
07:23
e aí aumenta a insulina, aumenta a acelerização inflamatória e o nosso corpo simplesmente não entende uma insulina alta porque nós não fomos feitos para viver assim. Então ele entende que você está passando privação, abaixa a sua taxa metabólica, não deixa você queimar gordura mais e aí você torna o seu metabolismo inflexível, você entra numa situação de inflexibilidade metabólica, onde você só é capaz de fazer energia a partir do carboidrato, vai gerando um…
07:49
uma inflamação crônica subclínica gigantesca com aumentos de outros parâmetros inflamatórios como o ácido úrico, vira um ciclo vicioso. E aí quando você faz jejum, a primeira coisa que o jejum faz é deixar o nosso metabolismo energético meio quieto lá. Então num primeiro momento você não vai atiçar a insulina toda hora. Então ela vai começar a perceber que alguma coisa está acontecendo e vai chegar uma hora que ele vai precisar de energia de alguma forma.
08:19
Acabou o seu estoque de glicogênio e você vai ensinar o seu corpo a tirar energia a partir da gordura novamente e ele vai se tornar com o tempo um metabolismo flexível e isso melhora a performance física, inclusive atlética, no meu ponto de vista, de qualquer pessoa. Não sei se ficou meio confuso, se ficou pode perguntar, pode mandar pergunta aí. Não, ficou ótimo, vamos lá. A gente tem duas principais vias energéticas. Tem?
08:48
tem mais, mas é gordura e carboidrato. Aqui a Andréa deixou muito claro que com alto consumo de carboidratos, essa dieta equilibrada que se recomenda hoje comer com tanta frequência acaba numa linguagem popular, atrofiando a capacidade natural de qualquer pessoa tem de usar gordura com a própria energia. A pessoa ou indivíduo se torna dependente do carboidrato. Isso tem desordem metabólicas que acontecem, o indivíduo fica com resistência insulínica e tem mais. A Andréa falou um ponto interessante, porque você come muita caloria
09:16
o corpo desacelera o metabolismo e André é comum, em devido a se tornar obeso, comer até pouco e muitas vezes e não consegue se saciar. Sente fome constante e acaba criando uma resistência a leptina também nesse caso. Às vezes ele se força, cara, até pode comer mais proteína, mas também desenvolve resistência a outros hormônios que acabam provocando uma desordem, um desequilíbrio por conta de uma dieta equilibrada. E por mais que ele seja obeso…
09:44
que tenha muita energia acumulada, ele não consegue usar essa energia, né? Porque no jejum, quando a gente fala em jejum longos, o indivíduo consegue passar alguns dias, a gente fala sobre isso, sem sentir fome. E o indivíduo, quando come com muitas frequências, parece que come muito e ainda sente muita fome, né? É tudo uma questão de sinalização, né? Como eu falo hoje muito na nossa unidade morfofuncional, que é a CELA, hoje quando a gente pensa em saúde, envelhecimento, enfim, a gente fala que…
10:11
processo toda a sinalização entra celular e entre as células ali, né? Então essa pessoa que sente fome o dia inteiro, que sente compulsão por doce ou por carboidrato, isso é uma sinalização que o seu próprio organismo está mandando pra você, muito provavelmente porque ele precisa de energia, só que você não está dando carboidrato pra ele, ele não consegue tirar da gordura, ele fica doidinho, manda a vontade de comer doce pra você no primeiro momento, né?
10:38
Então, a gente tem que pensar o seguinte, quando a gente fala de jejum. A primeira coisa, o nosso DNA, o nosso corpo, a nossa célula, ela foi feita para viver em jejum. Quando nós evoluímos ali enquanto homo sapiens, a gente treinava em jejum, porque você saía para caçar em jejum, você levantava de manhã e ia para casa fazer exercício físico em jejum.
11:03
Quando você comia, você comia uma vez por dia, uma vez por semana, uma vez a cada três dias, comia o quê? Gorduras boas, proteínas boas e um pouco de carboidrato estava ali pendurado na árvore, enterrado no chão. Isso durou milhares de anos. A questão da agricultura e da industrialização são coisas muito modernas. Então, essa sinalização de uma insulina alta o nosso corpo realmente não entende. Esse metabolismo fica confuso.
11:32
Então, acho que o primeiro grande efeito do jejum, indicação, é para tratar a resistência insulínica, que eu vejo como uma pandemia mundial. Mas ele vai muito além disso, né? A gente pode falar disso depois. Resistência insulínica, o indivíduo com resistência insulínica, ele pode apresentar diabetes tipo 2, hipertensão, esteatose hepática e tudo isso.
11:58
certamente obtém grandes benefícios com a prática do jejum. Não é só o jejum, precisa melhorar a alimentação também, mas só aumentar o intervalo entre as refeições, talvez até passar alguns dias, isso força a insulina a se normalizar, ressensibilizar, baixa a glicose sanguínea e aí começam os impactos positivos na remissão desse quadro. Hoje em dia a gente já sabe que o diabetes tipo 2, na maioria dos casos, é reversível. Demora muito tempo, existe muitas coisas,
12:28
reversível caso você esteja a fim de mudar seu estilo de vida. Mas uma coisa bem importante que você falou aí, André, é o seguinte, não basta fazer jejum, né? Não adianta você fazer jejum diariamente e na hora que você for se alimentar você comer junk food, você comer carboidratos ruins, não é que eu sou carbofóbica, tá? Eu não sou, eu acho que pode, existe a dieta cetogênica que tem as indicações dela.
12:54
Eu sou muito fã de uma dieta low carb, mas naquela estilo mediterrânea, enfim. Mas quando você tem que prestar atenção, que quando você for comer a janela de alimentação, você precisa comer comida de verdade. Existem regras para quebrar o jejum também, para que você tenha mais benefícios dele. Então eu acho que além de falar em jejum, a gente precisa falar.
13:19
Primeiro, antes de você começar a ser um jejuador, pelo mesmo meu ponto de vista, eu faço isso no meu consultório, eu faço a mudança. A pessoa tem que aprender a comer adequadamente, voltar a comer comida de verdade. Tem pessoas que chegam para mim comendo oito, seis vezes ao dia, se ela comer três, já é uma vantagem. Então, por isso que muitos artigos hoje falam em restrição calórica, que é interpretado como jejum e não é.
13:47
Mas a própria restrição calórica, logicamente que já dá um benefício. Você estava comendo 5x, começou a comer x, isso já vai impactar positivamente no seu metabolismo. Mas se você fizer uma busca mais apurada, você vê que o jejum tem muito mais efeitos benéficos na sua saúde do que uma simples restrição calórica. Eu não gosto de pensar em caloria de maneira nenhuma. Efeito concordo 100%.
14:14
Sobre uma janela mínima de jejum, André, eu quero que você entende como o mínimo do básico de jejum, porque hoje a gente vê pessoas reclamando de não conseguir passar 8 horas sem comer. É, tem gente que comemora pra mim, olha, eu fiz 12 horas de jejum, aí eu comemoro com ela, mas eu fico pensando, gente, isso não é ainda um jejum. Então eu vejo assim, pra que você comece a ter um efeito do jejum na resistência insulínica e no seu metabolismo como um todo,
14:44
Eu penso que pelo menos 16 horas para as mulheres e 18 horas para os homens, tá? Isso não quer dizer que os homens não possam fazer 16 horas, fazer 15 horas. Outra coisa muito importante é a gente… Eu, por exemplo, eu faço jejum, eu vivo, eu faço duas ou uma refeição por dia, todos os dias. Então, para o meu corpo, isso não é mais jejum. Isso já é o meu natural. Quando eu quero um efeito do jejum, eu preciso fazer um jejum mais longo.
15:13
Então, o bacana do jejum é que ele é muito democrático. Você não precisa fazer todos os dias, não precisa ser o mesmo número de horas todos os dias, você pode fazer mais longo, mais curto. Um dia eu resolvi comer três, quatro vezes por dia, então é muito bacana por causa disso. Mas eu, respondendo à sua pergunta, acho que a partir de 16 horas você vê nas evidências científicas que você realmente começa a colher frutos, principalmente no respeito à resistência à insulina.
15:42
Você fala 16 horas diariamente como estilo de vida, né? Como estilo de vida, como estilo de vida, tá? Pra deixar claro, porque tem gente que tem medo, acha que o jejum é só algo pontual, é uma ferramenta para um período que tem um prazo de qualidade e não tem, né? É um estilo de vida que só traz benefícios, é isso. Tem muita gente que quer fazer jejum pra emagrecer. Eu nunca perdi um quilo com jejum.
16:07
Para não mentir aqui, quando eu faço os jejuns mais longos, de cinco dias, tal, você perde um pouquinho, mas é muito pouco também. É mais água, desidrata, tal. Mas assim, o jejum só emagrece, emagrece de uma forma muito eficiente, quem tem resistência insulínica. Por quê? Porque ele tratou a causa da sua obesidade. Então, a melhor forma de você tratar obesidade ou sobrepeso, porque você está tratando a causa, o jejum não emagrece você porque você está sem calorias. De jeito nenhum.
16:36
Quem me conhece sabe que eu realmente pratico o jejum há muitos anos e eu gosto de ter músculo, eu mantenho minha massa muscular, eu mantenho minha rotina de treino, eu não emagreço com o jejum. Então o jejum depende da situação metabólica que você está, é o efeito que ele vai ter no seu corpo. Perfeito, olha só, e trazendo um paralelo, hoje, Andrea, você profissional da saúde sabe mais da metade da população brasileira tem sobrepeso e obesidade.
17:06
Tem um estudo que foi publicado recentemente que fez uma previsão para 2035, que essa previsão mostra que a ideia é que mais da metade do planeta Terra tenha sobrepeso, obesidade. Não é sobre gordofobia, porque não é natural você ter sobrepeso, obesidade. Nenhum animal na natureza, quando come um alimento que deve comer, não engorda. No início dos anos 1900, por exemplo, um passado recente, voltando uma geração, uma geração e meia, cara, era raro encontrar alguém com sobrepeso-obesidade. E hoje, André?
17:36
A gente está falando de adultos. Não só os adultos estão com problemas, mas as crianças estão crescendo também gordas e doentes. Com doenças que eram de adultos, diabéticos, hipertensos, com gordura no fígado. E essa pergunta eu estou fazendo para a maioria dos convidados aqui. Onde você acha que a gente está errando, Andréia?
17:53
É uma ótima pergunta. Quando eu dou aula, eu até coloco um slidezinho do Homem das Cavernas chegando no futuro e com perdão da palavra, ele fala assim, e deu, não deu bom, vamos voltar. Mas aí o próximo slide é calma, tem jeito. Então eu acho que tudo na vida tem um lado bom e um lado ruim. É logicamente que a modernidade, a industrialização, tem muitas coisas boas nesses avanços, mas acontece que a maioria das pessoas hoje não come.
18:22
comida, no meu ponto de vista. Não é alimento aquilo que se ingere hoje em dia, o que se dá para as crianças. Aquilo são produtos industrializados químicos chamados de alimento. E aí o nosso corpo não reconhece aquilo e tudo que é estranho para o nosso corpo, ele desencadeia uma reação inflamatória a partir daquelas citocinas que eu falei lá, não só por causa da insulina, e isso realmente vira uma
18:52
Eu acho que a humanidade está na hora, assim como a medicina, que ficou muito super especializada no século XX, e a gente viu que aquilo não deu muito certo, porque você tratava sintoma e a pessoa continuava ficando doente e aumentando o número de doenças e de remédios, né? Eu acho que agora está na hora e a gente teve que voltar e ter aquele olhar holístico, ver o ser humano como um todo, para conseguir tratá-lo e achar a causa das doenças. Então eu acho que agora é hora da gente dar um passinho para trás também
19:21
uma filtrada do que que nessa modernidade trouxe de bom para a gente e o que que trouxe de ruim é eliminar. Então eu acho que o primeiro ponto que a gente está errando é não comer comida de verdade. Comida de verdade, para mim, é o que a natureza nos oferece. Logicamente que se a gente mora no planeta Terra, é impossível você fazer 100%. 100% a gente não vai conseguir, mas…
19:47
Se você conseguir 80, parabéns, né? Se você conseguir 70 ou 90, quanto mais você conseguir buscar comer comida de verdade, é melhor. Então, além disso, André, uma coisa que impacta muito no metabolismo energético é o sono. Então, hoje a gente vê as pessoas fazendo uma disruptura do ciclo circadiano com muita frequência, inclusive as crianças. E por isso que tem um estudo muito bacana, tem mais de um, que fala que crianças que não dormem bem…
20:15
tendem a escolher junk food no lanche da escola, e isso impacta no futuro, ele ter sobrepeso, obesidade ou mesmo infância. Então, cuidar do sono é uma coisa muito importante também, quando a gente fala em metabolismo energético. Perfeito, maravilha. E falar em lanche de escola só pra título de curiosidade, meu filho tem cinco anos e a gente dá o lanche pra ele, hoje pra escola ele levou uma banana e torrejo.
20:42
foi um lanche dele, enquanto a maioria dos amiguinhos ficam levando biscoito, bolacha. Então, assim, comida, né? Alimento. Tem uma pergunta aqui, André, da Débora. Existe um melhor horário do dia para o jejum? Ou seja, pular um café da manhã, pular almoço, pular jantar? Existe sim. Na verdade, o ideal mesmo, o melhor dos mundos, é que a gente fizesse uma refeição por dia, né? Que você pode escolher ali no meio do dia, mas eu sei que é difícil.
21:10
Então, para você começar o jejum, o mais fácil é você ou pular o café da manhã ou pular o jantar, porque você aproveita o sono. O mais fácil é você pular o café da manhã, é o mais fácil. O melhor, no meu ponto de vista, é pular o jantar. Por quê? Porque à noite o nosso corpo não foi feito para fazer digestão, ele foi feito para fazer outras coisas. Tem um estudo muito bacana que mapeou as vias metabólicas que acontecem de dia e de noite.
21:39
E se você bota muita comida à noite, principalmente carne vermelha, você atrapalha as vias metabólicas da noite. Então, se você for jantar, eu peço que você jante um pouco mais cedo, no máximo às 19 horas, e evitar a carne vermelha à noite. Eu acho bacana, porque ela demora muito para fazer a digestão, às vezes até 8 horas, e pode atrapalhar esse metabolismo da noite. Uma das vias metabólicas da noite é a mTor de construção de massa muscular.
22:07
Então, tanto faz se você vai pular o café da manhã ou jantar, na verdade, se você fizer isso, já está de parabéns, está ótimo. Se eu pudesse escolher como melhor seria tirar o jantar, mas eu mesmo, na maioria das vezes, eu pulo o café da manhã porque é mais fácil. Perfeito. Já compartilhei exatamente isso aqui. Para a maioria das pessoas é mais fácil pular o café da manhã, mas tem estudos mostrando que do ponto de vista metabólico é melhor pular o jantar.
22:34
Enfim, eu procuro sempre como estilo de vida fazer a última refeição até as 18 horas. Em momentos excepcionais, raríssimos, eu como a questão social, uma festa, assim, de noite, mas, em mim, em geral, minha última refeição sempre é mais cedo. Tem outra pergunta aqui, Andréia. As grávidas e as mães que estão amamentando também podem fazer jejum? Então, essa é uma ótima pergunta, eu já falei anteriormente sobre isso. Teoricamente, podem, né? Porque…
23:02
quando a gente vivia lá nos homens, as mulheres das cavernas também pariam, né? E elas viviam em jejum, desde que você esteja adaptado, tá? Eu já tive grávidas que já estavam adaptadas e fizeram jejum durante a gravidez, sem problema nenhum, desde que no momento que você se alimente, você consuma a quantidade de nutrientes necessária para que você mantenha a nutrição sua do feto, etc. e tal. Então, teoricamente, sim.
23:29
Mas o ideal é que você não comece a se tornar um jejuador durante uma gestação ou uma lactação. Porque você provavelmente não vai estar numa situação de flexibilidade metabólica. E o impacto do jejum é muito diferente numa pessoa que tem um metabolismo flexível e numa pessoa que não tem.
23:49
Não sei se você compartilha da minha ideia, André. Também compartilho. E do ponto de vista científico, porque algumas pessoas vão perguntar, ah, me mostra um estudo. Cara, é difícil ter um estudo nesse sentido, né? Fazer um estudo de jejum com grávidas para ser aprovado é um estudo que não é barato, tem a questão… A mesma forma como o estudo de jejum com pacientes com câncer, é difícil ter, produzir, elaborar, põe em prática esse tipo de estudo, né, André? Com câncer eu tenho alguns, tá? Muito bons, muito bons.
24:19
posso até compartilhar com você com grávida, não achei nenhum, mas agora vou procurar, também nunca tive essa curiosidade, mas com câncer eu tenho alguns, porque as pessoas falam, gente, é difícil você mandar tirar o açúcar da pessoa que está com câncer, porque a família achou absurdo, mas como ele está com câncer, você vai tirar o que ele gosta, né? Quando você manda a pessoa fazer jejum aí, então essa médica ficou doida.
24:45
Mas é o seguinte, tem alguns estudos muito bons metodologicamente falando, demonstrando que o jejum no paciente com câncer, por exemplo, que faz quimioterapia, se você fizer um jejum de 48 horas antes de ir de 48 horas depois, essa quimioterapia vai ser muito mais eficiente no tumor e, por outro lado, vai atingir muito menos as células saudáveis, porque a gente sabe que uma quimioterapia, porque aquela quimioterapia acaba com a pessoa?
25:14
Porque é um agente extremamente oxidante, tóxico, que a gente põe na veia da pessoa, que ele vai lá no tumor, mas ele vai nas outras células também, por isso que cai cabelo, etc. Por que acontece isso? Porque o jejum, André, é um tipo de hormese. O que é hormese? Hormese é um desafio biológico. Quando as nossas células se sentem ameaçadas por alguma razão, elas se fortalecem de alguma maneira.
25:42
para se defender, o nosso organismo é muito inteligente. Então, quando ela vê que está faltando alimento ali, as sardinhas que estão funcionando bem, elas vão ficar mais fortes e resistentes ao quimioterápico. E as do tumor que já não funcionam bem vão ficar mais suscetíveis à quimioterapia. Então, parece louco. Até um rio desse meu lá no meu Instagram falando sobre jejum e câncer. A Janaína compartilha dessa minha ideia também.
26:11
Sim, a Janaína, a gente fez uma live com ela aqui falando do tratamento metabólico do câncer, ela trouxe casos belíssimos, inclusive que ela publicou casos dela que teve a remissão total do tumor, coisa que o tratamento convencional não sortia efeito, né? E ela aplicou esses protocolos também com o jejum, imitando a cetogênica. Ela é fantástica. Então, uma coisa que as pessoas não sabem, que vale a pena falar aqui.
26:40
O estado de cetose é um estado muito interessante para o nosso metabolismo, para o nosso cérebro, e no caso do tumor, porque tumor se alimenta de câncer e quando a pessoa entra em cetose, ela já eliminou todo o açúcar. Se alimenta de glicose, né? É, de glicose, o que eu falei? Se alimenta de câncer. Se alienta de glicose. E aí, muitas vezes, você não precisa fazer uma cetogênica para entrar em cetose, você pode fazer um jejum com low carb, por exemplo.
27:09
com uma low carb limpa, comendo carboidratos ali, bons, íntegros, alguns que a gente pode falar depois. É uma saída muito interessante. Então, jejum é um desafio biológico muito positivo. Se você fizer um jejum como você está fazendo agora, o André está no quarto dia do jejum hoje, vai quebrar amanhã, já fiz dois de cinco dias esse ano. Com esse tipo de jejum, você é capaz de dar um reset no seu sistema imunológico.
27:38
a gente chega já lá, mas vá, continue. Não, você renova todo o seu exército de defesa do seu corpo, entendeu? Aqueles que já foram baleados, pegaram uma granada lá, pegaram uma alárea, não, manda todo mundo embora, vem gente nova para te defender. Então é muito interessante para a imunidade também. Exatamente a pergunta. Não, tá ótimo, a pergunta que eu queria notar é exatamente essa. Qual o papel de jejum na imunidade, no sistema imunológico?
28:06
Porque aqueles haters, aqueles que não vão a fundo estudar e aplicar, sempre passam desinformação que acaba acarretando em medo na população geral. Parece que pular um café da manhã vai piorar a saúde, piorar, enfraquecer a imunidade. E de fato, o que a gente sabe sobre o jejum e o sistema imunológico, Andréia?
28:30
Então, aí eu vou entrar num outro ponto que além de tratar resistência insulínica, o jejum, ele tem a capacidade de fazer uma coisa que a gente chama de autofagia e mitofagia. Então, ele pega aquelas células senescentes, desfuncionais, células zumbis. O que é cela zumbi? Aquela célula que ficou velha, não funciona direito e não morre. Ela fica ali.
28:58
E ela fica contaminando as outras, tá? E as mitocôndoras também, que são as organelas que ficam dentro da célula fazendo energia, também ficam velhas. Então, o que o jejum faz? Ele joga todo esse povo fora, tá? Ele, como ele está nessa sensação de medifal… Não tem o alimento, ele começa a comer as suas próprias células velhas, ele começa a fazer uma limpeza no seu terreno biológico. E isso envolve as células do nosso sistema imunológico.
29:27
Então dessa forma, além da hormese, ele faz autofagia, faz mitofagia, ele também estimula as proteínas do choque térmico, que são limpezeiras ali daqueles resíduos celulares do funcionamento da célula. Então ele ativa uma enzima chamada telomerase, que alonga telômeros e também é capaz de fazer um rejuvenescimento celular.
29:54
evitar danos no DNA, transcrição de genes ruins de doenças autoimunes. Se você tem uma doença autoimune, por exemplo, quem tem uma doença autoimune normalmente vai ter duas, três, quatro, porque o seu sistema imunológico está deficiente, está te atacando, se voltou contra você. Então você fazer jejum mais longos tem um papel super importante para dar um reset nesse sistema imunológico e te levar.
30:21
dessas doenças autoimunes ou pelo menos fazer com que você não desenvolva novas doenças autoimunes. Autofagia. Entre em ação com quanto tempo de jejum? Olha, eu acho que depende do seu estado metabólico. Se for pessoas como eu e você, por exemplo, que já temos uma flexibilidade metabólica, é mais rápido, mas eu penso que pelo menos umas 48 horas.
30:47
Então 48, 72 horas você já começa a ter, não precisa fazer cinco dias. Às vezes 24 horas, depende muito da situação metabólica da pessoa, né? Então depende muito. Mas pelo menos umas 24, 48 horas eu acho seguro. Já fiz aí um pouquinho de autofagia, não é? Aquela resete, né? No sistema imunológico, mas já comecei a dar uma limpada. Porque é muito fácil você fazer 48 horas uma vez por mês, por exemplo.
31:17
Uma vez a cada bimestre, você consegue fazer 48 horas. Agora, jejum mais longos, eu gosto de fazer 2, 3 por ano, mais ou menos, dependendo da situação também. Sabe o que eu acredito, André? Eu acredito que a origem de todas as doenças que não são infecciosas, que não são causadas por vírus, por bactérias, elas têm a mesma origem.
31:45
A mesma, que é a senescência celular, que é isso que eu acabei de falar, a célula que fica zumbindo, funciona bem e aí dá um defeito aqui, virou câncer, deu um defeito ali, virou diabetes, deu um defeito ali, virou Alzheimer. Então se a gente começar a cuidar das células, o jejum faz isso muito bem, você vai tratar de toda a situação dessas doenças crônicas aí do envelhecimento. O estilo de vida, né? E o jejum faz parte do estilo de vida, né? Porque não é só o jejum e como a Andrea deixou claro aqui, o sono, ela falou muito das crianças.
32:14
Mas um sono é muitas vezes subestimado, né, André? Porque uma noite só de mal dormida também acarreta no impacto metabólico significativo, né? Aumento de fome, piora ali a resistência sulímica. Então, muitas pessoas acabam subestimando essa noite sagrada de sono, né? Exatamente. Uma noite já impacta na nossa saúde. Mas você imagina aquelas crianças que entram à madrugada inteira jogando videogame…
32:41
ou, às vezes, trabalhadores noturnos, médicos mesmo, dão muitos plantões, enfermeiros, tal. Tem pessoas que se dizem notívagas, mas assim, gente, vamos pensar, existe escuridão e claridade por alguma razão, né? Então, à noite a gente foi feito pra descansar realmente, então, cuidar do sono é uma coisa muito complexa. E cuidar do sono envolve levantar de manhã e olhar pra luz. É ali que começa a sua qualidade, o seu sono.
33:08
Quando essa luz bate lá na sua retina, ela manda o aviso para sua pineal, começar a produzir serotonina e a noite a melatonina. Então, cuidado do sonho. Quando você toma um banho frio de manhã, que também é hormese, que também é uma ferramenta biohacker, você também começa a cuidar do seu sono. Você já botou seu cortisol da manhã, então você já regulou o seu ciclo circadiano, você estimula a produção de dopamina, que faz um feedback negativo com a…
33:34
com a melatonina, né? Então, enfim, são várias ações e fazer a higiene do sono, que é tentar sair da tela, do computador, do muito estímulo luminoso à noite, né? Não é fácil, mas não é impossível. E depois que você começa a colher os frutos desse estilo de vida, é muito difícil você voltar atrás, porque é muito bom e você vai perceber que você começa a impactar o seu meio, os seus núcleos.
34:01
familiares, de trabalho, porque as pessoas começam a ver, nossa, o que você está fazendo? Parece que você está mais jovem, você está mais bem-humorado, você está mais animado, quer saber o que você está fazendo. Eu tirei o açúcar do cafezinho, eu estou fazendo o gizmum, então é isso aí, são pequenas mudanças que vão ter um impacto gigantesco na nossa saúde. Olha, voltando agora para o metabolismo energético, a glicose câncer. A Andréa explicou aqui que nos rejuntos longos a glicose ela diminui.
34:31
Ela falou que a célula cancerígida se alimenta de glicose, então ela fica sem comida e acaba se comendo e acaba sendo impactada com o jejum. A cetose aumenta. E aí, trazendo esse contexto pra cá, André, eu fiz a minha última refeição no domingo. Eu comi, enfim, fiz uma abordagem bem proteica e no final da refeição eu comi um pouco de purê de batata, raiz, que naturalmente se eu tivesse cetose eu não media ali, provavelmente eu teria saído da cetose.
34:59
No dia seguinte, com 24 horas de jejum, eu já estava em cetose, marcou 0.8. A glicose tinha marcado 62. E eu quero chegar nisso. Porque a gente sempre vai ter glicose circulando. Mas o quanto seria o mínimo de glicose que a gente sabe que é seguro que poderia ter um impacto positivo no jejum para quem tem alguma questão… Um tratamento oncológico, por exemplo. Porque a glicose vai baixando, vai baixando, vai baixando, mas o quanto seria o baixo que…
35:29
tiraria esse alimento da célula cancerígena? Por exemplo, a gente tem que ter um certo cuidado no seguinte situação. Um paciente que tem câncer, no meu ponto de vista, na maioria das vezes, ele está com um metabolismo comprometido energético. Provavelmente ele não tem um metabolismo flexível, na maioria das vezes. Não é 100%, mas a gente vai partir desse princípio. Então, 68% de glicemia para você está ok.
35:59
Mas para um paciente que tem resistência insulínica, ele vai ter sintomas de hipoglicemia. Então, talvez, uma glicemia. O que eu acho que é legal para o paciente com câncer? Ele fazer o jejum diário para que ele entre nessa situação de flexibilidade metabólica. Para que ele entre… Para o paciente oncológico, eu acho que, além do jejum, seria interessante colocar uma dieta cetogênica. Porque daí você vai…
36:28
tirar realmente o alimento do câncer, que é o açúcar, ele vai viver em cetose um período e aí você vai adaptando o jejum, pode fazer cetogênica e jejum junto, não tem problema nenhum. Então, eu acho que no paciente do câncer, como é uma coisa que a gente precisa de mais eficiência, eu estou com a Janaína de fazer a cetogênica, eu não sei se eu olho para o celular que está aqui em cima ou para o computador. Eu estou olhando para o computador.
36:57
Eu tenho hora que eu olho pra cá, tenho hora que eu olho pra cá, por isso que eu tô assim, viu gente? Mas enfim, eu acho que no câncer seria ideal a gente colocar realmente uma dieta cetogênica, não dar combustível pro câncer, não dar gasolina pra ele de jeito nenhum, porque nessa situação ele vai limpar as reservas de glicogênio que ele tem no seu corpo, então ele vai ter que começar a usar esse outro tipo de combustível que são os corpos cetônicos, que são um ótimo tipo de combustível.
37:26
E aí ele não vai chegar nessa situação de hipoglicemia que a gente falou aqui. Porque ele vai ter um metabolismo flexível, né? Olha só, e só a atitude curiosidade, no primeiro dia do jejum, 24, minha glicemia baixou para 60 e pouco, não lembro quanto. Mas ontem estava 35, hoje já marcou 41, aumentou um pouquinho, tá? E aí a atitude curiosidade também, eu mostrei no Instagram.
37:53
peguei o artigo lá do maior jejum de 382 dias, a glicemia daquele sujeito passou um longo tempo na faixa dos 30, pouco abaixo de 30. Então assim, para quem tem boa eficiência energética, eficiência metabólica, eficiência energética, nesse cenário específico não sugere grandes problemas. Para uma pessoa que não é metabólicamente tão saudável, tem um metabolismo tão eficiente, uma glicemia ali abaixo de 70 já é uma alerta para acender.
38:23
Sim, e a gente tem que saber o seguinte, nós somos capazes de fazer glicose no nosso corpo, ele é capaz de fazer glicose numa situação de emergência, né? E outra coisa, o nosso cérebro, que a gente sabe que gosta muito de glicose, mas numa situação de emergência, o estrogênio é capaz de fazer um desvio metabólico.
38:48
para o cérebro começar a usar os corpos cetônicos de uma maneira mais ágil, mais rápida. Tem um sistema renina angiotensina lá no cérebro, que não tem nada a ver com pressão, mas que regula o estresse oxidativo e esse metabolismo energético, e isso é feito pelo estrogênio, tanto no homem quanto na mulher. Então vale dizer aqui que é muito importante também nesse cenário a gente lembrar de manter níveis hormonais ótimos, porque muitas mulheres já estão na menopausa.
39:17
Às vezes tem suficiência de hormônio tiroidiano, porque, por exemplo, sem hormônio tiroidiano, André, você não consegue oxidar ácido graxo na mitocôndria. Então, às vezes você está fazendo uma cetogênica, não está tendo resultado, ou tem mais dificuldade de entrar numa situação de metabolismo flexível, porque você não está conseguindo oxidar o ácido graxo por falta do hormônio tiroidiano. Então, realmente é uma situação de ver o todo para que você faça isso de uma forma
39:46
bem rápida e mais eficiente. Maravilha, olha só. E a Gisela perguntou aqui sobre o que perguntou sobre jejum e grávidas. O que pode fazer, então, para se tornar adaptado e como saber se já está adaptado, Andréia?
40:03
Bom, a primeira coisa é dar o primeiro passo, escolher qual que vai ser a refeição que você vai tirar. Se é o café da manhã ou se é ao jantar. Nossa, André, mas eu não consigo ficar oito horas sem comer. Então, minha sugestão é que você vá empurrando o seu café da manhã cada vez uma horinha mais tarde. Se você tomava às seis, passa a tomar às sete, depois às oito, depois às nove. Não tem pressa, né? Até que você vê que você já pulou o café da manhã e que você só almoça e janta, digamos assim, né?
40:32
E aí quando que você sabe que você está adaptado, quando você não lembra mais de comida? Quando você não tem mais essa preocupação de… Uma das grandes coisas que o jejum faz, você vai cada vez sentindo vontade, porque quando você sentir vontade de comer, você realmente precisa se nutrir quando você já está adaptado ao jejum, está precisando de nutriente. Quando você sabe que você está precisando de nutriente?
40:58
você não tem necessidade de um alimento específico. Você já parou pra pensar que você nunca teria uma compulsão por brócolis, por exemplo? Por bife. Por quê? Porque isso é comida, é nutriente. Quando você acha que você precisa, precisa de um chocolate, precisa de um pão, isso não é nutrição, você tá alimentando ali uma compulsão. Então, quando o seu pensamento…
41:25
em comida, do aspecto nutricional, Paulo, eu estou com uma fome, acho que eu preciso comer um bife, qualquer coisa que me der, agora vai bem, que eu preciso nutrir minha célula. Isso significa que você está adaptado. Se você quiser ver se você está em cetose, se você está entrando em cetose, tem como você medir isso na urina, no sangue, é muito fácil. Você compra isso aí na farmácia comum, né, André? E você pode… Você tem para mostrar? Tenho aqui, eu uso o glicosímetro. Olha só, tem várias marcas, tá?
41:54
Mas o que eu uso é esse aqui.
41:58
Não sei, deixa eu ligar aqui.
42:03
Aqui a gente está ligando, tá? Aqui… Aqui essa marca aqui.
42:12
Pronto, freestyle, optimal, optimal. Então tá aqui né, o glicosímetro, existem as tírias né, glicose, cetose, e a gente faz um furinho no dedo.
42:28
faz um furinho, coloca a tirinha no glicosímetro, coloca a gotinha de sangue na tirinha e aqui na tela mostra o quanto tem de glicose circulando e o quanto tem de cetose. E só para aproveitar um ensejo aqui, olha aqui, eu me di hoje de manhã glicose, 41, e a cetose deu 5.2.
42:54
É ótimo, isso mostra que você tá realmente numa eficiência energética muito grande. Eu já tive pacientes, André, que demoraram 20 dias para entrar em cetose. Já tive, tá? E por outro lado, esse dia eu tive uma surpresa super boa. Tem uma paciente que eu adoro, ela é minha querida.
43:18
A gente precisava emagrecer, mas ela estava muito ruim metabolicamente, eu nem fiz análogo de gelo, eu não fiz nada, sempre incentivando, e de repente ela começou a fazer jejum. Infeliz, e me falou, André, eu fiz 12 horas, eu fiz 14, fiz não sei o quê, estava super jejuadora. Já emagreceu, acho que uns 8 quilos, ela falou, André, eu estou impressionada, porque eu achava que eu ia ficar cansada, que eu ia ficar nervosa, e foi tudo ao contrário, não sei o quê.
43:43
Aí ela apareceu lá com os exames de rotina, tava com três cruzes de corpos cetônicos na urina, sabe? Aí eu mostrei pra ela, ela ficou super feliz, né? Então é muito interessante. Hoje, inclusive, eu atendi uma senhora que é minha paciente há muitos anos. Eu sou médica da família inteira, da filha, do filho, dos netos, de todo mundo. E hoje ela foi com o esposo dela. E ela tava assim com 20 de gordura visceral, 17 de insulina, e precisava emagrecer. Era uma confusão, 60 e poucos anos.
44:13
Aí ela tinha vindo acho que em março, ia aparecer hoje com ela de uma cidade no interior, baixou a gordura visceral para 15, perdeu 4 quilos e pouco de gordura. Falei, Marilena, o que você fez? Qual foi a resposta dela? Jejum. Comecei a fazer jejum. Então, a gente vê isso todos os dias na nossa prática clínica. E atletas, né, André?
44:39
Eu tenho muitos, alguns atletas de alta performance, atleta mesmo, por exemplo, de ciclismo, eu tenho um atleta de ciclismo de speed, esse dia cheguei lá e ele estava contando para a minha secretária, ó, Zul, esse final de semana eu tive um treino de 140k, o setenta primeiro eu fiz em jejum, aí eu parei, tomei o pôr de minerais e mais não sei o quê, então assim, para quem acredita…
45:04
que você não consegue ter uma performance esportiva, ou que você não consegue ganhar massa muscular, né, com jejum, é ao contrário, no meu ponto de vista, tá? Então, até baixei uns artigos hoje falando de ganho de massa de performance esportiva, não tive tempo de montar esse slide ainda, eu gosto de botar os artigos ali, né? Falando exatamente isso, porque como você melhora sua performance metabólica, como um todo, principalmente energética,
45:34
consegue melhorar sua performance na maioria das vezes, praticando o jejum, tá? Pode falar. Não, a Andréa tocou num ponto muito importante, porque aquelas pessoas que não são desacreditadas no jejum, ou não, ou tem medo, ou tem conhecimento, acaba falando que é impossível competir em jejum ou ter performance. A base do que a Andréa falou é exatamente o que a gente acredita que… Porque não é o jejum que otimiza a performance, na verdade o jejum ajuda a otimizar a eficiência metabólica.
46:04
e todo atleta com boa eficiência metabólica melhora a performance. Então o jejum vai ser um passo importante para a otimização da eficiência energética. Eficiência metabólica nada mais é do que a eficiência energética. Você usar de forma eficiente as suas fontes de energia. Porque um atleta, por exemplo, um ciclista, que a Andréa falou, o seu paciente, pedalar 140 km, cara, se ele usar bem a gordura corporal para a energia, porque qualquer pessoa pode otimizar isso, ele consegue pedalar…
46:32
Tem um artigo, Andréia, que eu posso depois compartilhar aqui, que mostra que um adulto, por exemplo, com 80 quilos, que tem 10% de gordura corporal, o que é baixo de 10%, se ele usar de forma eficiente a própria gordura corporal, ele consegue correr mais de 30 maratonas usando só a gordura corporal. Pois é, e 10% é um percentual super baixo, né? Então, exatamente, até quero ver esse artigo, se você puder compartilhar comigo depois. Compartilhe, eu mando.
47:01
Então, o que acontece quando a gente melhora nossa eficiência energética? A gente melhora a nossa usina de produzir energia. E a gente começa a produzir energia a partir dos recursos que a gente tem ali armazenados. Só que, para isso, você precisa estar com todas as ferramentas do seu corpo funcionando direitinho, todas as vias metabólicas otimizadas, que a maioria das pessoas não tem, infelizmente, hoje em dia.
47:30
justamente pelo excesso de carboidrato, então o organismo perde essa capacidade realmente de fazer energia a partir da gordura. E esse é o atleta que quebra muitas vezes numa prova longa, enfim, ele só tem um plano, tem plano B. E o que bloqueia a utilização da gordura é quando tem bastante glicose de comigo, quando você tem uma dieta com bastante glicose.
47:58
ou seja, muito carboidrato, muita glicose, isso inibe a oxidação da gordura, né? E um atleta que segue uma dieta, ou que recomendam hoje, 55, 60, 70% de calorias vindas em carboidrato, é glicose alto o tempo todo. Ele não consegue tempo para usar gordura em corporal para energia. E muitas vezes o atleta de alto rendimento pelo alto volume de treinos, alto gasto calórico, até consegue sustentar um corpo ali com baixo percentual de gordura por causa do alto volume de treinos.
48:25
Mas aí quando se aposenta também vai aparecer os problemas metabólicos, sobrepeso e por aí vai, né? Exatamente. Olha só, tem aqui uma pergunta sobre jejum. Ah, Elisa, e para quem sofre de enxaqueca, doutora, o jejum sempre desencadeia em enxaqueca? Muito simples, né? Na verdade, eu acho que vai parecer que é chover no molhado, mas assim…
48:52
Como o jejum tem essa capacidade, não só de regular o metabolismo energético, mas de jogar fora aquelas células velhas, fazer essa parte do rejuvenescimento celular, mitofagia, autofagia, eu acho que num primeiro momento você pode ter dor de cabeça por falta do carboidrato, isso é comum, pode durar aí até uns 20 dias, você pode ter cefaléia, mau-humor, enfim, uma série de questões aí, mas isso vai passar.
49:22
E eu tenho a impressão que vai… É que, assim, enxaqueca pode ter uma causa, por exemplo, muscular, né? Você pode estar fazendo triglerpons, tem que entender a causa dessa enxaqueca. Mas na maioria das vezes, você deixa de ter enxaqueca. Você deixa de ter, você fala é quando… Você deixa de ter doença quando você começa a praticar jejum. Você não pega nem gripe, mas às vezes eu brinco, gente, eu queria pegar uma gripa, ficar em casa tomando um chá, parar de trabalhar um pouco.
49:51
Mas não adianta, quando você começa a praticar jejum, você fica numa situação metabólica e energética tão boa, e a sua imunidade fica tão ótima, que você deixa de ter qualquer tipo de doença realmente. É lógico que o jejum é um ponto importantíssimo disso, mas eu sempre faço o todo.
50:10
Então, me preocupo muito com a parte da suplementação hormonal quando necessário, manter níveis ótimos, comer comida de verdade, dormir direitinho, estilo de vida, fazer, praticar aí, hormez, então banho frio, sal, aterramento, tem uma série de coisas, meditação, mas o jejum realmente tem um protagonismo. Se eu tivesse que escolher uma intervenção em saúde só, eu escolheria o exercício físico. Em segundo lugar, eu escolheria o jejum.
50:39
Olha aí, a doutora André entregando o ouro, hein? Olha só, só pra colaborar ainda mais, Elisa, sobre enxaqueca, a gente fez uma live há algumas semanas aqui com uma nutricionista, a Valéria, ela sofria de enxaqueca, ela passou 30 anos sofrendo de enxaqueca, ela enxaqueca diária, ela dormia com dor de cabeça e acordava com a dor de cabeça, que via aquelas coisas coloridas, enfim. Após a cetogênica e após jejum, sumiu a enxaqueca.
51:08
É claro que o André falou é fundamental, precisa entender a causa. Muitas vezes a causa não tem a ver com a alimentação. Mas se tiver a ver com a alimentação, uma alimentação inflamatória, o jejum pode acontecer, pode estimular justamente essa inflamação, essa dor ali por conta da ausência, da dependência do carboidrato também. Mas em linha gerais, quando você melhora a alimentação, tem uma alimentação anti-inflamatória, a enxaqueca tende a sumir também. E é comum. E eu quero chegar no outro ponto, Andréia.
51:38
É curioso demais para quem já tem uma razoável eficiência metabólica, quando passa a barreira das 24 horas do jejum, a fome some. Por quê? O que acontece? Porque para quem come o tempo todo, segue uma dieta equilibrada, só pensa em comida e acaba achando essas pessoas que fazem jejum de 24 horas ou mais loucos. Não consegue entender como consegue passar mais de um dia sem comer. Mas quem já passou das 24 horas sabe que essa fome some. A gente faz o jejum por puro prazer.
52:07
E por que isso acontece, Andreia? Normalmente é quando você começa a produzir ali corpos cetônicos, que é uma outra forma de energia, né? Inclusive, quando eu faço os jejuns mais longos, eu sugiro, quem vem comigo fazendo, quando você sentir alguma falta de energia, tem duas coisas que você pode fazer. Exercício físico.
52:29
Porque quando você tá… Mas nossa, eu tô com falta de energia, você tá mandando fazer esse… Porque quando você vai fazer o exercício, você começa a produzir corpos cetônicos, e aí você volta super energético. E uma outra coisa, pra quem tá começando a fazer o jejum, não pra quem já é adaptado, mas muitas vezes a falta de energia que você sente ali no começo, é falta, na verdade, de água e minerais. Porque a gente perde muito líquido e minerais nessas primeiras horas enquanto você tá se adaptando.
52:59
você quando se sentir assim meio sem energia você tomar água com sal, mas tem que ser um sal bom de boa qualidade, um sal marinho tal ou existe disponível aí no mercado vários tipos de pulo de minerais que chama né, então você pode usar ali um pulo de minerais com água que você vai melhorar a sua energia, isso é para quem está começando a se adaptar e no dia que você resolver fazer jejum mais longo, cinco dias, sete dias, os momentos do dia que você sentir falta de energia,
53:29
praticar exercício físico, você vai ver que em poucos minutos a sua energia já volta. E aí outra coisa que a gente pode falar de jejum mais longos é falar de jejum metabólico e jejum calórico. Então para quem vai fazer jejum mais longos, às vezes cabe, ou até para quem está se adaptando. Você pode começar fazendo jejum metabólico, onde cabe ali você comer, você não pode por carboidrato nem proteína, porque proteína também vira carbo vira açúcar.
53:57
mas você pode por, por exemplo, um caldo de ossos, você pode por um triglicerídeo de cadeia média, que seria uma fonte de energia da gordura, e isso ajuda para quem está começando também no jejum ou para quem vai fazer jejum mais longos. Eu prefiro jejum calórico, mas eu acho que o jejum metabólico é super válido, principalmente no sentido de tratar a resistência insulina. Olha, que aula, hein? Que aula! Compartilha!
54:27
Compartilho perfeitamente. Tô nessa semana, inclusive, tomando caldo de ossos uma vez por dia. E mesmo assim, estamos sentindo maravilhoso. A glicose estável e baixa e a cetose bem alta. E é a experiência dessa primeira vez que eu tô fazendo nesses dias com caldo de ossos e treinando todos os dias. Eu já fiz um, Andréia, de quatro dias, treinando uma hora de corrida todos os dias, medindo glicose e cetose antes e depois dos treinos.
54:55
e sempre a glicose e cetose aumentada, sempre, do primeiro ao quarto dia. Porque da fisiologia do exercício, quando a gente se exercita também é uma maior produção de glicose. Mesmo a gente em jejum de dois, três, quatro dias, isso acontece, e depois ela vai normalizando. Inclusive, é por conta disso também, para quem não tem boa eficiência metabólica, que vai forçar um jejum, sempre que está adaptado, muitas vezes após o jejum vai ter uma hipoglicemia de rebote.
55:23
não é pela ausência do carboidrato, né? É pela deficiência metabólica, né? Isso mesmo. Vamos lá. E, Andréia, está chegando na reta final aqui, e eu deixei aqui reservado para esse momento final. Andréia falou dos seus jejum longos. Fala um pouco, Andréia, para a gente dar sua experiência com os jejum longos. Então, esse ano eu já fiz dois. O máximo que eu fiz de jejum foram cinco dias. Eu estou me programando agora para fazer um de sete.
55:50
eu quero ver se eu faço em dezembro esse sete. É… o primeiro jejum… Dezembro é bom porque é bem desafiador, né? Fechas de final de ano, confraternização, então vai testar tudo aí. É, bom, o primeiro jejum longo que eu fiz de cinco dias foi em fevereiro e foi um desafio da Janaína. E olha só a situação, eu tinha acabado de operar o meu pé e eu fiz em seguida, assim, então…
56:19
Eu não tive muito problema de fome, mas como eu estava em casa sem trabalhar aquela semana e sem fazer exercício, naquele primeiro momento eu achei que foi tranquilo, mas quando eu fiz o segundo agora, que eu estava trabalhando e treinando, foi muito fácil esse de cinco dias. Eu praticamente nem percebi que eu fiz jejum de cinco dias.
56:44
Então, por isso que agora eu quero ir para o dia 7. Foi muito tranquilo, porque eu já treino em jejum todos os dias da minha vida. Não consigo com as pessoas falar, mas como? O que você vai treinar sem comer? Pessoal, você não usa a energia que está no seu estômago para você treinar, você usa a energia que está armazenada. Experimente treinar em jejum, que você vai ver que vai ser muito melhor o seu treino, o seu rendimento, tá? Se você não quer fazer jejum…
57:10
pelo menos treine em jejum de manhã e toma café da manhã depois, isso é muito mais eficiente, inclusive do seu ganho de massa. Eu treino de manhã, às seis da manhã, vou almoçar uma, duas da tarde, tranquilo, não perco massa muscular, não sou nenhuma bodybuilding, logicamente existem as especificidades, né? Apesar de existir atletas de bodybuilding cetogênicos, tal, mas esses dias eu fui até num podcast de um atleta de bodybuilding que faz jejum.
57:38
e tá super… compete e coisa e tal e faz jejum, eu acho que basta querer. Então eu convido vocês a experimentarem. Os meus pacientes que experimentam nunca mais deixam de ser jejuadores. Praticamente 100% dos casos. E um dia, sempre chega o dia que eles vão começar a fazer jejum, de cara. Mas a hora que você começar a experimentar, você começar a colher os benefícios, você vai se sentir muito mais energético.
58:06
Por exemplo, quando eu vou dar aula, eu dou muita aula, às vezes eu dou 8 horas de aula seguida, 10 horas na aula de semana, eu prefiro dar aula em jejum, totalmente. A minha energia é outra. Então eu convido vocês a experimentarem, não é, André? Eu tenho a impressão que todo mundo que vai experimentar aqui, eu acho que não um dia, você tem que persistir um pouquinho, não vai viver de outra forma. Não, perfeito, é libertador e para a saúde metabólica é poderosa.
58:36
porque o treinamento é rejeito nada mais, acontece do que mobilizar a gordura para a energia. É simples. E é claro, limpar a alimentação é fundamental e é um processo gradativo. Talvez começar até com um pré-treino, com um MCT, ou um óleo de coco, ou com café, até mais para ela questão psicológica, mas depois você vai ver que nem precisa disso. Começar a usar gordura corporal para a energia de forma eficiente é libertador. E a maioria das pessoas que come antes de treinar, que eu conheço…
59:05
sempre desconforto e acaba insistindo no erro porque acha que precisa comer algo para treinar. Isso não faz sentido. Andréia, sobre jejus longos, três, cinco, sete dias, o que você acha uma frequência ideal para aplicar? Então, eu acho assim, três dias não é uma coisa muito difícil. Então, acho que 72 horas, 48 horas você pode fazer ali…
59:32
Se quiser fazer uma vez por bimestre, uma vez por mês, eu não vejo problema. Agora, cinco dias, sete dias, eu acho que você pode fazer duas ou três vezes por ano, está de bom tamanho. Porque o nosso metabolismo também, ele acostuma com as coisas. Então, quando você quer fazer o hormese, dar um choque mesmo nesse metabolismo, a gente tem que ficar fazendo muito, né?
59:55
tudo a gente tem que levar em consideração a questão metabólica dessa pessoa, como é que ele está naquele momento que é diferente de mim, que é diferente de você? Você falou aí do jejum mais longo do mundo, não me engano, foram 300 e… 82 dias. 82 dias, mais de um ano, né? Eu sei desse cara tá no Guinness, não sei o que. Exato. Então, depende do objetivo, né?
01:00:20
enfim, existem jejuns, por exemplo, religiosos, né, que eles ficam, às vezes, até 30 dias. Tem uns que fazem jejum de 30 dias, mas assim, se alimentando uma vez ao dia. O ramadan, né, o ramadan, acho que o nasce, do sol nascer até o sol se pôr, eles não comem nada. Isso, então praticamente eles comem, não comem e não bebem nada, né? Então praticamente eles comem uma vez ao dia, que é bacana.
01:00:46
já pensou você ficar 30 dias comendo uma vez ao dia? Eu acho isso ótimo. Eu acho que é… Mas só que pra você chegar nesse ponto, você tem que caminhar um caminho. Primeira coisa, voltar a comer comida de verdade. Larga o lixo pra fora da sua vida. O que é comida de verdade? Se não tá enterrado no chão, pendurado na árvore ou pastando lá, não é comida. Foi processado, né? Então muita gente… Ai, tapioca, aveia… Não, gente, isso virou farinha… Isso é…
01:01:14
processado, né? Fora que grão tem lectina, enfim, não vamos entrar nessa seada. Mas, assim, começa aprendendo comer comida de verdade. Depois que você estiver comendo comida de verdade, um tom mais refrigerante, suco de fruta, tudo isso, aí você começa, então, tentar pular uma alimentação do seu dia. Só que tem pessoas, André, que fazem oito alimentações ao dia. Tem pessoas que fazem seis. Então, às vezes, você precisa reduzir isso para três, primeiro.
01:01:43
Aí depois desse três aqui você vai ficar com duas, que eu acho que é bom. Se você conseguir ficar com dois, duas refeições ao dia, está de parabéns. Aí de vez em quando, o que eu faço? Uma vez por semana eu faço um de 24, sempre. Normalmente é domingo, que a gente almoça mais tarde, às vezes tomo um vinho, tal. Aí só vou almoçar na segunda-feira. Então uma vez por semana, pelo menos aquele dia que você chutou o pau da barraca, comeu um docinho lá, manda um de 24 horas que ele não deixa acumular o dano na sua célula.
01:02:17
André, maravilha! Tem algumas perguntas aqui que eu não queria deixar passar batido, sobre o papel anti-envelhecimento do jejum, como funciona isso? Até o Ricardo perguntou aqui, outras questões, aproveitar que o ensejo do Ricardo, que foi o Ricardo também que insistiu muito aqui para essa live acontecer, além do jejum, o que mais a senhora recomenda para nos auxiliar nos aniversários negativos? Primeira recomendação, Ricardo, é que você não me chame de senhora.
01:02:46
Número um, porque eu faço aniversários negativos. Mas assim, quando a gente pensa em rejuvenescimento celular, eu dou aula disso, palestras, estudo muito isso, estou escrevendo um livro sobre isso, é a minha grande paixão, né? E aí quando eu busco os artigos para colocar nas minhas aulas, nas minhas palestras, no meu livro…
01:03:11
Aí aparece lá geroprotetores, senolíticos, senomórficos, mas em todos eles está lá o jejum. Todos. Então, jejum é uma ferramenta poderosa para aniversários negativos, para rejuvenescimentos celulares. Esse é o ponto número um. Além do jejum, todos os hábitos que a gente fala todo dia, dormir direitinho, comer comida de verdade, controle do estresse.
01:03:40
hormese, que são os estressos biológicos positivos. O que é hormese? O jejum é hormese, banho frio é hormese, sauna é hormese, pular de paraquedas é hormese. Fazer uma… Tudo aquele desafio curto, controlado, você fortalece as suas células e faz e joga fora aquelas células zumbis. E aí, quando a gente fala disso…
01:04:06
de suplemento, de fármaco, ou de bioativos que podem ajudar, existem várias possibilidades, mas a gente pensa primeiro ativar a telomerase para alongar a telômero. Quem que faz isso? Várias? Metformina, melatonina em altas doses, resveratrol, então tem vários ativadores de telomerase. Outra coisa importante, ativar
01:04:35
Resveratrol, cúrcuma, são todos aeroprotetores, tá? Melhorar o óxido nítrico, é muito importante também, então usar precursores de óxido nítrico, citrulina, é bem bacana, né? Enfim, NMN, que é uma vitamina B3, que é precursor do NAD, e o próprio NADH e NAD+, também entram aí nesse arsenal.
01:05:00
terapêutico de reversão de envelhecimento celular, que a gente chama de geroprotetores, tocotrienol, geranil, geranil, enfim. É uma série de coisas, existe hoje, cada dia, coisa diferente, tá? Alfaceto glutarato é um novo agora, eu acabei de pedir para a farmácia para a gente tentar desenvolver, para ver como é que vamos suplementar, mas não precisa fazer tudo, tá? A gente escolhe alguns, a gente analisa a situação metabólica dessa célula, escolhe alguns e vai trabalhando
01:05:30
condições de fazer uma consulta, quero melhorar minha celo e fazer aniversário negativo com você. Passa jejum, durma direito, coma comida de verdade e faça exercício físico todos os dias da sua vida. Você vai conseguir o seu objetivo igual essa pessoa que toma um monte de suplemento, às vezes até melhor. Uma salva de palmas para a doutora Andrea Antoniola. De boa noite, Andrea.
01:05:58
Maravilha. Andréia, muito obrigado. Obrigado pelo seu tempo, obrigado por colaborar aqui. Assim que a gente fez o convite pra Andréia, na hora ela aceitou. Então foi bem tranquilo, bem fácil. Quero agradecer pela sua disponibilidade, Andréia. Eu que agradeço imensamente pela oportunidade de estar aqui com você, de fazer mais essa amizade. Essas pessoas que tiveram com a gente, muito obrigada pela participação.
01:06:27
E estou sempre à disposição, André, para falar desses temas aí sobre saúde, tá? Então haverá um próximo convite. Fiquem ligados. Com certeza. Grande abraço. Tchau, tchau. Ótima noite para todos. Tchau, tchau. Obrigado, André. Abraço, Ricardo.