EXERCÍCIO E ENDORFINA: A FÓRMULA MÁGICA PARA MAXIMIZAR SEUS EFEITOS ft. dr. Alessandro Barilli – Episódio #368

Podcast:

Transcrição:

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Agora sim, boa tarde, hoje é sexta-feira, 4 de agosto de 2023, estamos iniciando mais uma live do Atlético Slow Carb, recebendo pela segunda vez, com uma grande honra, Doutor Alessandro Barili. Doutor Barili, muito obrigado por ter aceitado o convite, foi uma negociação longa, cara, mas finalmente conseguimos, muito obrigado por ter aceitado o convite, Doutor, seja muito bem-vindo. Obrigado, obrigado. As agendas e os cachê, né? Não, tô brincando, a gente corre bastante, né?

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Então, eu gosto muito de ti, gosto muito do teu trabalho e acho que a gente tem que se manter mais próximo ainda, na medida do possível, porque soma por bastante gente, né? Bacana, doutor, tem uma bagagem riquíssima e é muito bacana estar aqui. Eu recomendo fortemente para quem estiver aqui agora, aproveita ao vivo para participar, para perguntar, tá?

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e para quem estiver acompanhando a gravação, desfruta, desfruta. Está aqui na tela do YouTube o Instagram do Alessandro Barili, que é médico, ele já vai se apresentar e está aqui no Instagram. Aproveita lá para acompanhar o doutor. Doutor, acho que faz mais de dois anos e meio, três anos, né? A sua participação aqui está voltando agora. Então, para quem ainda não te conhece, fala um pouco para gente quem é o Barili, onde mora, o que faz, com a sua especialidade. Bom, vamos lá.

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Como tu bem disse, eu sou médico há 15 anos, meu nome é Alessandro Barili. Eu fiz nefrologia e fiz, dentro da nefrologia, uma subdespecialidade no transplante renal. Todo mundo me pergunta, mas o que você está fazendo aqui? Eu sempre fui apaixonado por imunometabologia. Eu tenho uma condição imunológica, minha, pessoal.

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Agora o pessoal já sabe, eu tenho psorias, então às vezes eu tenho uma flera de artrite, eu tenho remissão há bastante tempo, eu tenho 46 anos. Tenho uma preocupação com a minha saúde e, por consequência, com as pessoas que eu negocio serem meus pacientes, porque ser paciente de alguém é um casamento.

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Então a nefro é uma ferramenta. Depois de eu ter feito nefro, eu avancei bastante no campo da medicina. A gente que acaba tendo casos mais complexos e mais difíceis, a gente tem que continuar estudando, se atualizando, se provocando, estar aberto a novas abordagens.

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Eu acho que é isso que nos une aqui, porque seguir protocolo é uma coisa que se faz de uma maneira fácil, mas usar eles em favor das pessoas é uma coisa mais difícil. Enfim, não sei se respondi a sua pergunta. Respondeu. E uma curiosidade, o que te levou a escolher a nefrologia, doutor? Vamos lá. Meu pai é nefrologista.

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Eu convivo com a medicina dele, eu tenho 46, eu convivo desde criança. Eu acompanhei muita coisa, ele sempre foi um expoente e sempre foi alguém à frente do tempo dele, ele fez um transplante de rim em 1986 numa cidade de 70 mil habitantes no interior do Grande Sul, montou o serviço de diálise de nefrologia lá no começo dos anos 80.

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E eu não entendi o que era a nefrologia, até entrar na faculdade, uns dois anos ali, estudar Fisiologia, estudar Imuno, e muita gente me dizia, não faz nefo, nefo é muito difícil. E até que um dia meu pai estava fazendo doutorado e me convidou para assistir às aulas, uma PUC aqui, e eu curti, fiz muitos amigos ali, e comecei a trilhar meu caminho.

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Então é por isso que eu escolhi NEPH. Só que hoje eu trabalho basicamente no meu consultório. Eu tenho um consultório que eu chamo de imundo-metabologia, que são as doenças relacionadas ao RIM ou não, que tem da fase 1 à fase 4. Então só entrando um pouquinho, não tomando muito nosso tempo. Mesmo paciente que tem pedra, tem doença metabólica, tem diabetes, tem hipertensão,

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Tem uma boa parcela que tem doenças imunológicas que atacam o rim ou não, pacientes que chegam com queixas totalmente dissociadas e a gente acaba investigando junto com os colegas e achando alguma outra explicação. Eu tenho alguns pacientes oncológicos, doenças familiares e tenho também alguns atletas de…

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de final de semana, alguns atletas de alta performance, né, que eu acho que é o ponto que a gente vai abordar hoje aí, né, acho que… Vamos, vamos chegar lá. Falando em atletas e esporte, fala um pouco sobre sua experiência no esporte, Dutão, um pouquinho antes de entrar na live eu perguntei, mas fala mais com detalhes aqui pra gente, porque a gente comunica muito, cara, tem muito profissional da saúde que vem aqui, justamente porque o Atlético Carbo está há mais de quatro anos aí entrevistando atletas e profissionais da saúde.

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colaborando com essa ideologia da comida de verdade e saúde metabólica e tem muito atleta. Então, cara, o doutor pratica atividade física e é da área da saúde. Fala um pouco da tua experiência no esporte. Vou, bom, o meu esporte hoje, junto com a minha esposa, eu faço musculação, tá? Justamente pela preocupação com o continente metabólico que é o músculo, né? A gente tem um… eu chamo de continente metabólico.

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Eu faço musculação. Eu religiosamente durmo todas as noites em casa, 8 horas. Eu não faço plantão noturno. Eu não trabalho mais final de semana. Eu estou, aos poucos, me… Deve ser uns 20% do meu trabalho, coisas ligadas ao hospital, plantão. Acho muito legal, muito desafiador, mas é do ponto de vista de…

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de endorfinas, de estresse, é um ambiente muito insalubre. E eu tenho cada vez mais que me dedicar ao consultório, que é o meu grande propósito. Trabalho de uma maneira bem particular, depois a gente pode falar isso. Mas, falando do esporte, hoje, de três a quatro vezes a semana, eu tenho um personal e treino sozinho, eu faço academia.

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né, de verdade, meus 40 minutos ali, um pouco mais, um pouco menos, claro, eu caminho, eu ando de bicicleta, mas isso são coisas mais esporádicas, né, eu tenho alguns hábitos de ah, eu trabalho no sexto andar do hospital e eu não uso o elevador, essas coisas assim, tá, mas eu já tive uma relação muito grande com a água, eu fiz wakeboard sete anos, né.

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tive algumas lesões, eu amo muito esse esporte, mas estou afastado, eu quero até voltar, hoje eu tenho 86 quilos, tenho 1,77, ganhei um pouco de massa muscular e estou perdendo um pouco da minha massa magra aos pouquinhos, estou fazendo uma transição de vida talvez para voltar, uma vez por semana, duas e tal, mas avançando um pouco mais e indo bem mais para trás.

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Na época da minha faculdade eu corria com um colega de faculdade, até ele foi medalhista de Winnipeg em tênis de duplas, o Paulo Teicher. E eu não gostava de correr e tal, e ele começou a me puxar e aí eu fiquei um bom tempo, uns dois anos curtindo corrida e fazendo corrida sozinho, ou acompanhado, mas nunca correr.

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uma rústica, uma maratona, nada disso. E antes disso, eu morei nos Estados Unidos, um ano e meio, porque não me parece, mesmo sendo um cara baixo, eu cheguei a ser armador do time do colégio, lá em Michigan. Fui o armador mais baixo de toda a história do colégio. Mas nós jogava bem, a gente ficou bem classificado e tal. E na época de gulisão, de colégio,

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ativo, né? Sempre eu fazia basquete, eu tentei fazer tênis, não sou muito bom, não sou bom nisso, né? Eu sempre, eu nunca fui um cara sedentário, não bebo, não fumo, né? Até essa semana eu ganhei um um vinho lá de uma paciente muito querida, de uma família, é que é um presente, não é, não é um abrir, né? Entende? Então assim, pretendo ter o esporte cada vez mais na minha vida.

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porque é muito importante, porque o meu sistema de recompensa, eu tendo a cometer os meus deslizes, todo mundo tem o seu sistema de recompensa, o que me dá endorfina, o que não me dá, o que me libera cortisol, isso está começando a ser falado de uma maneira mais aberta, e a gente vai trocar aqui, eu quero aprender contigo também.

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Hoje as pessoas, por exemplo, não tem a ver com esporte, mas eu tenho pacientes no consultório que eu bebo o meu vinho para relaxar. Não, a gente sabe lá que isso libera cortisol, estressa e acaba tendo mais malefício do que benefício. Na verdade, a gente não tem nenhum benefício. Enfim, o exercício é uma…

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ferramentas, assim como a gente tem a nossa visão das coisas, a gente tem, por exemplo, eu sou médico, né? Tudo tem uma história muito interessante com exercício, né? Com as próprias, com as corridas, né? Te acompanho. Então, enfim, o meu vínculo hoje com exercício é a musculação e eu pretendo, eu tenho um sonho de voltar porque eu gosto muito da água, né? Bacana.

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Olha aí, a gente traz o skin-the-game, né, que realmente tá na área. E a gente poderia ter trazido o Dr. Barili pra falar, cara, de diversos assuntos, diversos. Ele pode agregar em muita coisa. E o primeiro a gente fez o convite, a negociação foi longa, né, demais, mas a gente… Barili, não, vamos fechar a agenda, tá certo. E o tema? Até que o tema surgiu, foi o próprio Barili que sugeriu, né, endorfina e exercício. E é interessante porque a gente nunca falou desse tema especificamente…

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E é fundamental, né, quando você entende o contexto, o sistema de recompensa, a questão da dor, do prazer, pra ter resultados a médio e longo prazo. Né, Doutor? Então, pra quem tá chegando aqui agora e não sabe o que é endorfina, explica pra gente o que é endorfina e como ela tá relacionada com atividade física. Tá, bom. A endorfina, então, é um neurotransmissor, né, que é produzido no sistema neurológico central, né, no cérebro da gente e no periférico.

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E ele desencadeia um papel que regula nosso humor, que nos alivia, como você disse, da dor. Ela é conhecida como a molécula da felicidade, de uma maneira positiva do bem-estar. Por exemplo, tem gente, conheço colegas que acabam o plantão fazendo um exercício de corrida.

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porque ele se sente bem e tal, às vezes questionável e tal, mas a gente pode entender que como tudo no corpo da gente tem um feedback, tem um eixo que acelera e outro que freia, e o equilíbrio disso é o que nos dá o benefício. A endorfina seria como a gente falar do sono. Sono é bom? É bom, mas dormir demais faz mal, dormir de menos faz mal.

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Qual que é a dose? O que é o benefício? Eu sei que os corredores usam muito os aspectos opiáceos da endorfina, tira a dor do exercício e tal, esses dias a minha esposa estava caminhando naquela escada que parece um negócio de tortura na academia. E aí o Clayson, que é o meu personal,

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Eu estava falando, se passar de 7 minutos, tu para de sentir dor, claro, e aí tem toda uma explicação técnica para isso, né? E entra os endorfinos também na questão não só o débito cardíaco, a perfusão e tal, né? A endorfina está diretamente ligada tanto quando o nosso corpo entra no estado de dor, quanto no sistema de recompensa. Confere, é isso.

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Então quando a gente, por exemplo, estou na rua, se eu sofreu um tropeçar, torceu tornozelo, aumenta a dor, endorfina. Também está relacionado a essa questão da dor, para aliviar um pouco essa dor. Sim, com certeza. Ela é uma ferramenta de defesa, ela funciona de um dos mecanismos de defesa. Muito porque, por exemplo, todo mundo que já teve uma lesão do esporte…

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E eu tive algumas, já quebrei pé, já quebrei clavícula, já quebrei maxilar, já fiz um TCE, eu sempre já desmaiei dentro da água e tal. Tu não sente a dor na hora. Exato. A gente fala porque o corpo tá quente, não é só isso também, mas é porque há uma liberação bastante moderada da endorfina.

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Até moderada tu tá sendo bondoso, porque a gente libera bastante. E esse que é o punk, eu quero ser crítico, mas não quero ser negativo, a gente tem que entender qual que… pra gente ter performance, não sei se tu concorda com isso, a gente tem que saber o nosso limite

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e o nosso ideal, porque performance também tem a ver com constância no tempo. Ah, eu consigo levantar X quilos, ok, mas se eu passar X quilos mais um, eu posso ter uma lesão que eu não vou levantar nenhum quilo. Eu não vou falar da corrida, mas vou falar do levantamento de peso. Então assim…

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quanto tempo quero continuar levantando peso e ter benefício daquilo? Então eu tenho que entender essa métrica, que tem tudo a ver com o nosso sistema cardiovascular, com o nosso sistema renal, principalmente com o nosso sistema imunológico e o nosso sistema neurológico.

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deve ter até as pessoas podiam abrir para algum tipo de pergunta, mas tem gente que fica deprimido de não fazer exercício. Perfeito. E eu já passei por isso, tá, doutor? A gente pode até pincelar alguns exemplos. Por exemplo, e tem muita coisa que a gente pode abordar, mas você falou em ficar deprimido, cara, já aconteceu um dia que eu acordei, eu fui dormir pouco, tá? Então eu sei que a qualidade do sono é fundamental.

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Mas o despertador tocou bem cedo da manhã e eu pensei não, eu não vou agora, eu vou depois. Cara, eu continuei dormindo. Quando acordei, a frustração foi tão grande de não ter ido treinar. O arrependimento foi tão grande que hoje muitas vezes quando eu me planejo ir, eu já vou. Quando eu penso na possibilidade de não ir, eu penso num plano B, justamente para não me frustrar por não ter ido treinar. E aí isso é um exemplo real, acho que muita gente passa por isso. E eu quero chegar no outro ponto.

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É por isso, por essa questão também, doutor, do sistema de recompensa da endorfina, que muitos atletas viciam na atividade física, cada vez se desafiam mais. Eu quero chegar na performance, Jarjar, como você tocou, mas existe uma relação com a endorfina também, esse vício na atividade física? Com certeza, é aí que eu queria chegar. Por exemplo, você chamou de frustrar, né? Será…

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Será que isso é frustração ou será que isso é um pouco de dependência do exercício? Eu vou usar um conceito um pouco inusitado. Ele é fisiológico, assim, ancestral ou primal, mas ele é um conceito quase religioso, mas tudo que tem um fundo filosófico tem um fundo fisiológico.

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Tem um livro lá dos judeus que se chama Sedur. E eu fui ler ele, eu li algumas vezes, eu acho ele fantástico, como ensinamento, assim. Eu falei, mas o que você está falando de religião dentro do nosso assunto? Não, a questão é o aprendizado. Falou do plano B. A gente tem que estar bem, independente do contexto e do ambiente. Se o ambiente é positivo…

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A gente tem que saber se o ambiente é negativo, mesma coisa, se o ambiente é diferente, mesma coisa. Por quê? Porque a gente tem que exercitar ou tem que mirar ou almejar que a única pessoa que nos tira do nosso cerne, do nosso céreo, do nosso humor, somos nós mesmos. Perfeito. Isso é um conceito muito duro, muito espartano, mas é um conceito alcançável, do mesmo jeito que

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Eu não consigo correr uma maratona, mas talvez se eu treinar lá um tempo, talvez uns anos ali, eu vou conseguir, né? Porque eu vou alcançar gradas de excelência e vou… até eu chegar a uma maratona. Nesse ponto de vista da auto percepção, isso também é uma maratona. E uma das ferramentas…

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importantes associadas ao sono, à alimentação, à família, ao trabalho, é a maneira que a gente encara nosso exercício. E a gente pode botar aí no meio o sexo, por exemplo. Sim. O escravo de sexo, a gente pode ser, ou ele pode ser um propulsor de bem-estar.

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tentar entender o quanto a gente lida, né? Às vezes, não é diminuir, mas dosar e ajustar o menos é mais. Sim. Nós vivemos aí, vou tentar fazer um gancho se tu quiser tudo ou não, eu tenho pacientes que tão…

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de uma maneira crescente, suplementando a mais do que precisa. E aí você satura reações químicas importantes e situações, nosso corpo importante, que aí você começa a ter queda de desempenho. E essas questões têm a ver com função orgânica da gente, mas têm a ver com a nossa idade.

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tem a ver com o nosso momento, entende? Então, assim, é um ajuste muito fino e um equilíbrio muito tênue entre a solução e o problema. Perfeito. Eu assino embaixo, tá? O doutor falou em performance, falou em estar 100% no nosso controle, falou da questão da longividade, pincelando aí.

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Ontem o Barilho me perguntou um pouco, né, pra relembrar a minha trajetória, e eu tava falando, cara, eu tava obeso e sedentário lá em 2012, que pra mim foi um ano maravilhoso, naquele momento foi o ano mais importante da minha vida, que foi quando que eu me tornei pai, e eu desejava muito isso. Mas também foi o ano mais frustrante, mas, cara, eu perdi o chão quando eu quase não consegui comprar roupas pra festa de final de ano, porque eu tava obeso, eu nunca tinha chegado nesse nível, até que em janeiro de 2013 eu decidi mudar. E aí, Barilho, foi onde veio a questão do desafio.

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Eu comecei a caminhar regularmente pra quebrar o sedentarismo. Eu escolhi a corrida porque tava sempre sendo no meu controle. Só depende de mim, eu não preciso gastar um real a mais, o melhor horário pra mim é eu vou e pronto. E cara, eu me identifiquei com a caminhada, corrida, corri 5km, corri 10km, aí fui me desafiando, corri 21km. Me desafiei em um ano, eu corri a Maratona de Porto Alegre, que em 2014 foi minha primeira maratona. Em 2015, a primeira ultra. Em 2016, corri a primeira 100km, olha só, a cada ano eu fui me desafiando.

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e eu estava viciado nisso. Em 2017, eu corri a maratona de Boston, conquistei meu melhor tempo lá. Em 2018, eu não tive provas-alvo porque meu filho nasceu em 31 de dezembro de 2017. Então, 2018 para mim foi para cuidar da família. Mas em 2019, a minha meta foi correr os 100 km, o melhor que eu podia. Até que eu venci os 100 km, bati o recorde da prova. E aí, cara, foi quando muita coisa caiu na minha cabeça, sabe? De que, cara, existe um limiar de saúde e performance.

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Hoje, minha pegada está totalmente diferente. Essa busca de performance em provas longas, eu sei que não é saudável, isso não é sustentável a longo prazo. Eu estava me desafiando, mas até onde isso ia parar. Então hoje, eu estou encontrando esse meio termo, fazendo muito mais trabalho de fortalecimento, que me dá muito prazer. Muitas vezes eu faço um trabalho de 15 minutos aqui em casa, 20 minutos, às vezes um pouco menos, 12 minutos, no tempo que eu tenho encontrando esse equilíbrio.

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E esses desafios que, cara, até onde eu vou parar isso? Eu não vivo do esporte, estava buscando performance em provas de Endura, isso não é saudável, pelo menos não é coerente com o que a gente comunica aqui de longevidade, né? E aí encontrando esse equilíbrio, hoje, a questão da endorfina para mim e dopamina também na questão do prazer, sistema de recompensa, está entrando num equilíbrio perfeito, alinhado com a visão que a gente tem de futuro, sabe? Barelho, de envelhecimento saudável. Quero me tornar um idoso, cara, conseguindo carregar minhas compras.

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mover a cadeira em casa, a mesa e esse é o objetivo principal, encontrando esse equilíbrio.

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Com certeza. Eu vou te dizer o seguinte, assim, ó. Eu… Olha, eu do ponto de vista técnico, eu já vi muita coisa. No hospital, no consultório, né? Agora, recentemente, nós estávamos na Europa e eu tive um caso… Eu nunca abro os meus pacientes, né? Eu sempre abro as histórias, né? Não conto o santo, mas conto a história.

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Cara, e a pessoa estava usando um suplemento X lá, uma coisa corriqueira, uma vitaminadê. E ela fez uma hipercalcemia totalmente bizarra, que eu parei as minhas férias, porque era uma pessoa para entrar no hall de consultas normais, eletivos, tal.

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o cálcio da gente vai até 9 por ali e tal, foi a 14, eu falei, aí eu parei, liguei de lá e tal, né? Ela fez uma incência renal e ela ficou uremica num outro momento e tal, eu falei, olha, tu tem que modificar isso aí que tu vai entrar em comer hipercalcêmico, porque é uma coisa extremamente técnica, médico-técnica, né? E a pessoa, não, eu tô vendo, eu tô sentindo nada, pelo amor de Deus, né?

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A gente tem que entender que a gente tem uma… Bem esse insight que tu teve. A gente tem que entender o quanto aquilo nos soma. Quando tu teve teu filho, se tu me permitia essa análise, tu abriu teu leque de prioridades e de…

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Satisfação, não é só de prazer, né? Você tem tua família, teu filho, tu mesmo, teu trabalho, né? E o equilíbrio dessas coisas que vai te dar o output de indivíduo, né? E o legal é que tu rebalanceou isso e chegou onde tu tá hoje, né? Porque se tu tem algum tipo de fuga ou de excesso…

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você pode ir para uma lesão de joelho, você pode ir para uma lesão de quadril, você pode ir para uma lesão muscular. E o contrário, já estou emendando com o resto das pessoas, porque parece que essa nossa conversa é só para atleta. Eu peguei uma paciente no consultório que tinha uma dor no joelho e ela foi fazer um exame de joelho e ela tinha um amassamento…

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do menisco, então ela vai amassando lá. E ela tinha uma coisa chamada cystbaker, que é uma herniação da cápsula do joelho, porque ela é obesa, mórbida. Então ela sobrecarrega aquele joelho, a gravidade faz o papel, o trabalho. Não é uma doença genética, não é uma doença familiar, é uma doença adquirida.

27:07
Então não adianta mexer no joelho. Tem que mexer no todo daquele ser humano, tem que mexer na cabeça, tem que mexer no entendimento de vida e qualidade de vida. E aí essa pessoa chegou… Não, eu não consigo fazer exercício porque eu tenho dor no joelho. Claro. E aí ela não tem a endorfina, ela não libera a serotonina da maneira adequada, ela busca no lugar que não convém.

27:36
E aí a vida perde qualidade mesmo. E aí o doutor está dizendo que ela busca no lugar que não deveria, que normalmente as pessoas buscam prazer na comida nesse caso, né? E aí o sistema de recompensa fica diretamente ligada à comilança, né? É, na verdade, sendo bem, bem estrito, busca recompensa na…

28:05
Como é que eu vou te dizer? No alimento e não na comida, né? Deveria comer e não deveria se alimentar, né? Porque, eu estou brincando, né? Mas assim, aí você vai ver a qualidade do que aquela pessoa consome é uma qualidade muito baixa, né? Por exemplo, o que a gente pode fazer para otimizar endorfina, né? A gente tem que estar bem nutrido. O que é bem…

28:35
A pré-nutrição da endorfina. Triptofano. Onde é que tem triptofano? Coisas que eu não sou muito fã, assim. Não sou nada fã. Porque acho que tem fontes mais inteligentes de triptofano. Ah, banana e abacate. É o que o pessoal fala. Cara, carne de porco e ovos tem muito mais biodisponibilidade de triptofano? Sim. Entende? A carga que a gente vai consumir.

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e o esforço metabólico que a gente vai fazer é muito menor, e o impacto inflamatório é muito menor. Entende? Então, as pessoas buscam soluções mágicas que essas soluções não se traduzem em benefício. Por isso que eu puxei lá no começo da nossa conversa…

29:30
as questões do ser duro, ou de ser espartano, porque as intervenções mais difíceis e simples que a gente tem na vida, que foi o que tu fez, a gente tem sustentação de benefício, de retorno. Para uma pessoa que está com bastante sobrepeso, no caso dessa obesidade grau 2, 3…

29:59
Ela entra num ciclo vicioso que, sem apoio e orientação, muitas vezes é desafiador, porque ela está 100% com foco no sistema de recompensa, que é a comida, e ela não consegue sair. E muitas vezes, dependendo do tempo, ela entra num estado metabólico que é desafiador, porque por mais que ela coma, às vezes, muito, ainda sente muita fome, cria resistência à leptina, resistência à insulina, não tem uma boa gestão emocional, e para mudar o foco da recompensa, é desafiador demais.

30:28
Eu costumo, com pacientes com anteperfil, eu costumo conviver bem próximo. Tu acha pacientes com alteração vascular, anatômico-vascular, que vem numa eco, numa eco de carotida, numa eco de líacas.

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Ouveia numa eco de rim, né? O rim de um diabético cresce, né? Em tamanho, mas diminui em função, né? Então, no momento que tu faz uma intervenção num paciente desse, a ponte entre o início e o sucesso, ele tem muitas variantes, né? E o paciente precisa ser ajustado e acompanhado e…

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guardecido para chegar nesse objetivo. Uma coisa é uma pessoa que tem um background de saúde, entre aspas, equilibrado ou saudável, entendeu? É que engordou, emagreceu, ou que está num processo que ele tem um residual importante. Agora…

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Existem pessoas que não têm mais esse residual por algum motivo, e aí a gente tem que frear o processo e ajustar a coisa sem ele perder ou arriscar perder. Então é muito desafiador. Doutor, sua imagem saiu aqui no YouTube, não sei se é a internet, se desabilitou sem querer.

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Mas assim, o áudio tá chegando bem. Tá chegando bem. Voltou. Pronto, doutor. E aí, ó. Voltou, tá ótimo. Falando de sistema de recompensa. E aí eu vou entrar num tema que eu tenho perguntado nas últimas lives aqui no Atlântico Locargo pra maioria dos convidados. Doutor, há poucas décadas, cara, se a gente volta para os anos 1960, 1970, era muito difícil encontrar, encontrava-se, mas era muito difícil encontrar um adulto com sobrepeso, com obesidade. Hoje, mais da metade da população brasileira tem isso.

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Existe uma previsão para 2035, mais da metade do planeta Terra ter sobrepeso e obesidade. E não só isso, hoje a população infantil está crescendo assim. E aí eu quero chegar nesse ponto de sistema de recompensa, sabe? Porque hoje eu vejo que muitos pais estão tirando a sua obrigação de atuar como pai e mãe e atribuindo a comida. É um prêmio, é punindo criança sem doce, com doce, como prêmio, sempre está triste e come, está feliz, vamos comemorar comendo. E aí qual o seu ponto de vista?

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em relação a questão do sistema de recompensa para a nossa população infantil, que é nosso futuro, né? Do ponto de vista da alimentação que a gente está vendo cada vez mais, não sei se você tem atendido ou atende ou vê paz com criança, já com problema renal, com gordura no fígado, mas eu queria que você comentasse esse cenário. Tá, eu vou ser o que eu sou, tá?

33:44
Às vezes eu sou tido como muito durão e tal, não é? Eu sou extremamente preocupado com as pessoas e eu gosto de gente e eu acho que quando a gente gosta a gente cuida, né? Fala a verdade, né? Essa geração, exatamente, essa geração que tá vindo aí é a primeira geração que a média intelectual é menor do que a geração anterior. A média de peso é maior do que a geração anterior. A expectativa de vida é menor.

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também vai ser cada vez menor. Porque a gente chegou num platô de desenvolvimento humano que as benécias desse platô se viraram contra a gente. Falou que no começo do século, eu até postei um negocinho esses tempos aí, as pessoas eram magras, o gordo era alguém diferente, curioso. Por quê?

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Porque, claro, que… Ah, vamos voltar para o começo do século, que as coisas eram braçais, o trabalho era braçal. Não sei, mas existia uma divisão de tempo e tarefa que o dia sempre teve 24 horas. Então, o cara tem que trabalhar para botar comida para dentro de casa. A mulher tinha que trabalhar…

35:10
e os filhos tinham que trabalhar para produzir, para beneficiar essa comida. Eles comiam massa, mas eles que faziam a massa, eles que comiam a linguiça, eles que faziam a linguiça. E aí tem todo um dimensionamento neurológico que a gente perdeu. Por exemplo, a minha avó teve vinte e um irmãos. E aí como ela aprendeu isso, ela teve duas filhas, a minha mãe e minha tia.

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Mas a minha avó me conta, ela está viva até hoje, tem 88 anos, né? A vó Zenide. E ela conta que tinha que comer ali os milhinhos, era uma família que produzia as coisas deles, né? A comida era dividida, né? Os mais velhos e mais fortes comiam primeiro, os mais novos…

36:08
depois porque tinha que garantir o sustento da família com o trabalho, trabalho no campo, essas coisas. Então não adianta, hoje se eu quiser comer, não vou conseguir, mas 2kg de carne ou 2kg de chocolate ou 2kg de massa, eu vou no mercado, pago e tenho esse prazer, porque isso não é alimentação.

36:38
E assim as pessoas estão para tudo. Hoje, se a gente fizer uma comparação, eu acerto, às vezes eu erro, mas assim, se a gente fizer uma comparação com a alimentação com o Netflix, Netflix eu acho muito legal, maravilhoso, porque tem todos os filmes ali. Eu não costumo assistir filme, tá? Mas esse avanço acabou com a indústria do cinema. A mobilidade…

37:08
vai acabar com a nossa mobilidade pessoal, individual. E aí a gente entra lá na teoria da caixa, que é aquela história dos ratinhos, da alimentação infinita, e aí aquela população não tem mais porquê lutar ou brigar ou sobreviver, e ela é esse estigma. Será que a gente não está caminhando para isso? Eu sei que é um papo meio maluco, meio apocalíptico, mas assim, a nossa falta de senso

37:37
de limite, não é falta de limite. Tá acabando, tá acabando com a relação pai-filho, tá acabando com as famílias, né? É… Tu sabe, eu não tenho filhos, né? Eu, a Carla decidiu não ter, e a gente tem um animal de estimação. Ela não é criada como filha, é criada como um animal. Sim. Ela ainda dá carinha, tudo, come uma vez por dia, dieta crua.

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né, carnívora, deu, não tem treat, não tem… Cara, ela tá aqui do meu lado, quietinha dela, participando do jeito dela, do nosso momento. E cara, só porque ela tem disciplina, e a gente tem que ter disciplina. Eu vejo as pessoas, pessoas que eu gosto, tá? A gente que eu gosto. Os caras não dormem direito, os caras não têm limite com bebida.

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Os caras não têm limite com comida, aí eles dão desculpa na parte nobre da coisa, ah, eu tenho que trabalhar assim, mas é que se tu não te cuidar da máquina, dormir, comer, descansar, te relacionar, não vai estar livre pra trabalhar, né? Eu acho que a gente vive… Acho que não, a gente… O mimimi hoje…

39:00
ele é proporcional à quantidade de carboidrato que a gente consome. Está tudo muito fácil, né? Na época da minha avó, da sua avó, dos nossos avós, não tinha um iFood, não tinha iFood, não. Era, eles saíam para produzir, para comprar, caminhava muito, né? Cara, minha avó brigava comigo, Alessandro, menino, não lanche agora, senão você não almoça. Menino, não come agora, senão você não janta. Hoje não, empurra um gola baixo, comido o tempo todo para a criançada.

39:26
chega a ser triste, inclusive já se fala em cirurgia bariátrica, pediátrica, né? Aonde a gente vai chegar? É, entre outras coisas, eu trabalhei a minha formação inicial, eu ia ser nefrologista pediátrico, eu fiquei dez anos acompanhando o melhor serviço de nefrologia pediátrica do país, que é aqui na Santa Casa de Porto Alegre, que tem uma fila virtual, é fantástico para quem precisa, e participei da pesquisa e tal, mas assim ó…

39:55
Eu decidi não ser, e eu me dou muito bem com criança, eu decidi não ser nefropediatra por causa dessa relação dos pais com os filhos, que viram um animalzinho amestrado, assim, né? Toma aqui, né? Se fez bem, ganhou uma recompensa. Se fez mal, toma a recompensa para tu não fazer mais mal. Se, entende? Perdeu o senso. Eu ia…

40:24
eu fazer um último comparativo, assim, que eu vi um meme essa semana, minha mãe que me mandou, né? Porque ela usou muito em mim, assim. Tu lembra do Mertiolati? Sim, ardia demais, cara. Ardia demais. Então, eu aprendi muito com o Mertiolati, porque assim, não tinha as ferramentas anestésicas ou piácias…

40:53
que hoje tu vai lá, quebra um braço, te machuca e tal, tu chega no hospital, tu já cessa a dor, a gente consegue manejar isso muito bem e tá tudo certo. Eu me lembro que quando eu caí de bicicleta aí, eu não tenho metade dos dentes aqui, eu quebrei umas quatro vezes isso, e eu tinha medo do metiolati, porque ia doer quando chegasse em casa.

41:22
como tu vai te comportar na tua brincadeira de criança, ou no teu ambiente, porque tudo tem um lado muito legal, muito positivo, mas tem um lado negativo. E hoje, o lado negativo vai vir de uma maneira muito tardia, porque o corpo da gente é feito para adaptar. A gente consegue caminhar com o os quebrado, do pé,

41:51
com músculo, a gente vai, né, a gente vai dar uma mancada, a gente pode até fazer uma ferramenta lá, fazer um apoio, alguém nos ajudar, fazer uma muleta, a gente é um animal totalmente adaptado. E a gente tem muita reserva, né, para aguentar um monte de coisa e tal, né, por exemplo, uso de

42:21
que a chave cair, deu? Não tem o que compensar. Eu não sei a solução para isso, entende? Porque as soluções hoje em dia são muito imediatistas, automáticas, stéris.

42:49
Mas a discussão precisa ser feita, né? Porque como pai, cara, eu me preocupo demais, sabe? Na minha época eu tinha amigo gordinho, mas eu me lembro de um ou outro. Hoje, cara, boa parte das crianças na escola dos meus filhos têm sobrepeso, alguns têm obesidade. E isso precisa ser trazido à tona, essa conversa, porque as perspectivas são só de piora. E voltando para a endorfina, doutor, a gente tá falando muito de exercício, né? De ponto de fuga, de alimentação. Quais são as principais atividades que ajudam?

43:18
na produção de endorfina.

43:23
De uma maneira sustentada ou de uma maneira não pensada? Não, pode ser dos dois. Tá, então assim, a endorfina, a gente projetou esse nosso momento aqui, né? E esse momento está sendo prazeroso, provavelmente nos liberando serotonina, né? E tal, dependendo da memória que a gente tem, a gente libera a ostocina, a gente…

43:52
libera endorfina até, né? Eu me endorfino muito pensando, estudando, raciocinando, provocando, tendo a tese antítese das coisas, né? Então, assim, a resposta que eu tenho pra ti, que é, que tu deve saber, primeiro é projetando. Ah, eu quero alcançar performance em corrida. Projeta.

44:21
saiba onde tu tá, sabe onde tu quer chegar e fracione isso em pequenas etapas e curta a etapa. Corta o processo, né? Corta o processo, exatamente, o processo. Tu usou a palavra melhor do que eu. E aí tu vai ter endorfina sustentada pelo tempo, porque senão vira igual comprar um bem de consumo. Tem gente que fala, ah, eu vou comprar o…

44:51
carro, o último tipo, o cara espera dois anos, e quando chega o carro ele liga e nem curte. Não cai a ficha, não dá o prazer que se tu enxergar de uma outra maneira. Outra coisa, que tu já bem pontuou, a gente deve buscar não ser refém da endorfina.

45:19
E como é que a gente busca não ser, Rafael, a disciplina? O que eu falei do sedúrio, o que você falou da tua estratégia, que a vida tem que… a gente tem que continuar. Entende? E outra, toda vez que a gente vai projetar algo relacionado a…

45:47
a gratificação ou a prazer, isso tem que ser confrontado com o nosso meio. Eu não posso ter um exercício de prazer frequente que vai interferir na minha relação com a minha esposa, ou com os meus pais, ou que vá bloquear alguma coisa, ou que não vá me dar satisfação no trabalho.

46:16
Até a gente, não é do assunto, mas assim, a gente tem muitos profissionais, até médicos, que fazem abuso, de distância, justamente por esse tipo de coisa. E aí a pergunta é a seguinte, por que o cara está buscando aquilo ali? O que está faltando? Está faltando uma vida pessoal, né? Porque, no final da conta, se a gente juntar as pontas das coisas, né?

46:41
e usar lá o Ayrton Senna da vida, que é um cara que eu tenho como ídolo, as vitórias são feitas para quem a gente gosta, não é só para a gente, a gente é a pessoa que a gente mais gosta, mas a gente faz a vitória para a família, até para reconectar com alguém que a gente acha que talvez não nos valorize, aquela relação de pai com filho, pai com mãe, sabe? Entende?

47:10
Mas isso é um processo complexo de construção e resgate. Quando você fez a maratona do frio, eu imagino que você tenha feito um processo de projeto, você fez a construção, você viveu, você deve ter tido vários perrengues ali no meio do negócio.

47:40
Você aprendeu e hoje… Olha só, eu vou confessar, doutor, desculpa interromper, mas o que o Barili falou aqui foi… É algo que é amplamente aplicado na psicologia esportiva. Traçar a meta. Todo atleta tem uma meta clara, mas ele não é só clara de saber o resultado, ele vive o resultado antes de alcançar o resultado. Isso produz um estado fisiológico de produção de hormônios que já dá prazer antes de você realizar isso.

48:06
eu apliquei isso nos 100 km, os 100 km que eu corri, que eu venci foi em agosto, em janeiro já comecei a viver isso, e eu ia realizando a cada treino. E cara, teve muito perrengue, tropeço, a possibilidade de desistir de treino, mas eu não desisti, enfim, o resultado foi exatamente esse, né? Traz o objetivo, curti a jornada, inclusive, doutor, eu já mencionei isso em algumas lives, eu vivia isso, cruzando a linha de chegada com minha família do meu lado, e foi exatamente assim que aconteceu.

48:35
Exatamente assim. Cinco passos antes de cruzar a linha de chegada estava minha esposa com os dois filhos lá, só que a diferença é que eu estava pensando em cruzar a linha de chegada com o meu filho no ombro. E não foi isso. Meu filho estava com 40 graus de febre, ele ficou no braço da minha esposa, a minha menina estava lá e a gente passou junto. Mas aconteceu exatamente como a gente pensou e traçou antes. Exatamente. Eu vou te dizer uma coisa, que fica como reflexão para alguns aí. Eu muito tempo…

49:04
Eu fui conhecido como médico nefrologista. Só que eu comecei a faculdade com 23 anos. Eu acabei com 30. Antes disso eu tinha uma bagagem. E eu já era o Alessandro. Então eu sempre digo para as pessoas que eu sou médico de gente que também tem uma ferramenta que é ser néfra.

49:33
ser transportador, entender de mulo, né? Por que eu falei isso? Porque a psicologia esportiva que tu falou, pra mim, é psicologia humana. Né? Então, por quê? Porque no final da conta, o teu esporte tá conectado com a tua família, tá conectado com o teu eu, tá conectado com a tua saúde orgânica, né? Tecnicamente falando, mas tá conectado com a tua mente. Né?

50:02
A gente cada vez mais é um indivíduo, não é só um bicho, que a gente tem a mente da gente. Eu tenho amigos de 75 anos que acham que tem 14, e eles falam isso, entende? Tenho amigões meus, o nome de um deles é Pedro, que o cara tem uma energia absurda, ele faz coisas que eu não faço, entende? Ele se diz, ah, eu tenho 14 anos de idade.

50:32
A mente tem mesmo, né? A mente se relaciona com o nosso córtex, que se relaciona com o nosso hipotálamo, que se relaciona com todo o nosso eixo endócrino e hormonal e neuroendócrino, né? Que acaba se relacionando com os nossos sistemas orgânicos como suporte, né? Então, esse feedback de…

51:01
satisfação acaba construindo a nossa real endorfina. Não sei se fui feliz ainda, porque aí as coisas fazem o sentido. A gente tem que procurar sentido nas coisas. Tu me disse de uma outra maneira, se tu me permitia a análise aí de ti, tu quer ficar…

51:31
Tu quer avançar na tua idade e ter capacidade de fazer as suas coisas sozinhos, mas muito provavelmente para tu continuar convivendo com a tua esposa, com os teus filhos, com os teus netos, com o teu ambiente fazendo o que tu faz aqui. E aí mais para frente, que data você tem? Quarenta e um. Ah, né? Ainda bem que nós estamos na quinta década. E aí a gente vai poder dizer para as pessoas, viu? Eu te disse.

51:59
ou você vai ficar quieto ensinando as coisas pelo exemplo. Eu queria que esse nosso momento, ele, claro, fosse técnico, fosse aprofundado desse ponto de vista, mas que a gente não esquecesse da questão integral do indivíduo. A gente tem que olhar aquele paciente como…

52:29
como de maneira integral. Então, hoje a gente vive… Se tu quiser te alimentar só de creatina, tu vai ali no shopping, compra quilos de creatina e vive daquilo. Mas, cara, será que precisa? Não. Será que tá certo? Não. Será que a gente se beneficia lá no final da coisa? Talvez não.

52:59
Talvez o caminho para a gente ter mais endorfina é botar mais significado nas coisas, e aí conectando isso com os nossos avós, com a tua avó, com a minha avó. Uma coisa é você comprar um pacote de massa ou um quilo de carne congelada. Outra coisa é você transformar aquele… Dependente de ser bom ou ruim, se é saudável ou não.

53:25
transformar a farinha com a tua mão e transformar numa respeita, ou transformar numa respeita, né? E tu servir isso pra quem tu ama, né? Eu penso que aí vou arriscar, tá? Arriscar. Eu sei que a maratona de Boston é um efeito, né? Uma medalha. Mas, não sei, tô perguntando, tá?

53:55
a gente não combinou isso. Certamente, ou vou… Se eu botar de uma maneira politicamente correta, qual foi o momento ou o percurso que tu mais teve satisfação e prazer? Talvez o teu maior feito de carreira seja a Maratona de Boston, mas talvez a melhor corrida que tu tenha tido foi num…

54:25
No final de tarde, num dia, numa terça-feira, que só tava tu sozinho ali, tu contigo, entende? É esse tipo de coisa que vai dar a qualidade, a sustentação de liberação da nossa endorfina. Tu consegue responder qual é o momento? Claro, e eu destaco dois, sabe, Barel? Foi os 100 km que, cara, eu tava obeso e sedentário em 2012.

54:54
E em 2019 eu venci um outro maratona e bati o recorde dela, 100 km. Isso pra mim foi, me deu uma lição, sabe? E mostra que a gente pode chegar a lugares onde a gente não pensava chegar. E Boston também, tá igual com os 100 km, porque Boston cara, não é só se inscrever. Não basta você ter todos os recursos pra se inscrever na maratona. Você precisa correr uma maratona rápida, rápida na sua categoria, pra concorrer a uma vaga. Então é uma maratona que não tá aberta a todos.

55:22
Existe um tempo ali pra você alcançar e correr lá e ela é diferenciada não é só por isso né cara 90% do percurso de Boston, onde as pessoas estão na rua, estão dando um high five, estão incentivando, oferecendo alguma coisa. 90% cara de 42 km é emocionante demais e quando eu cruzei a linha de chegada que encontrei a minha família, cara ali foi o ápice sabe então ter todo esse significado

55:46
Exatamente o que o Barid falou, só quem já passou por isso sabe, né? E você trouxe para a corrida, mas isso pode ser em qualquer área da vida, né? Para quem se esforçou muito para passar no concurso, para, não sei, para comprar alguma coisa, realizar um sonho, não sei. Então isso é significado importante para saber pelo que a gente se esforça, não é isso? É significado, né? É o significado do esforço que no final da conta tem a ver com o significado também do teu prazer.

56:15
da tua endorfina, né? Porque se não, se a gente fosse botar endorfina por endorfina, o pessoal que usa droga acaba conseguindo isso de uma maneira totalmente deletória, né? E tem uma pergunta aqui que aí você já tem antecipado a resposta. Assim como você falou da sua paciente aí que pelo sobrepeso ela não consegue se exercitar, para quem encontra essa

56:44
Por alguma razão, acha que não dá prazer, que é desconfortável, seja porque tem sobrepeso ou porque não encontra o prazer na atividade física, seja ela qual for. O que essa pessoa pode fazer para começar a dar um significado e perceber o prazer no exercício? Seja qual for, não precisa ser corrida, pode ser dança, pode ser qualquer coisa. Não, beleza.

57:07
O principal característico do ser humano é a adaptação. Então assim, se tu pegar esse indivíduo aí que tem obesidade e delicadamente jogar ele dentro da piscina, ele já mudou o tipo de exercício, de retorno e de endorfino. Porque… Eu sei que tu falou lá no começo e tal, mas a vida é o balanço entre as nossas…

57:37
desculpas e ações. Então, eu tenho paciente, tenho convives, que fizeram cirurgia bariátrica, perder laços, 60 quilos. Eu não recomendaria nunca uma pessoa fazer uma bariátrica. Existem muitas estratégias que você pode fazer antes. Eu acho que daqui uns 50 anos nós vamos olhar para trás e falar o que os caras estavam fazendo. Isso eu assumo essa.

58:06
esse ônus, tá? Porque é totalmente anti-fisiológico, então arrancar um pedaço de alguém, ele tem uma desabsorção e acabar… Enfim, tá? Tu tá desnutrindo, cara. Mas eu tenho um caso de uma colega que tem o Sérgio Abarato. Tá? Não vou dizer onde, tá? Ela sabe essa história muito curiosa e eu acabo usando no consultório. Pensa numa pessoa genial, tá? Ela é genial.

58:35
inteligentíssimo, escreveu capítulo de livro, tal, lalobá. E aí ela chegou e foi me mostrar… O médico é um nerd, né? A gente é nerd de estudar e tal. Eu falei, ah, vou te mostrar o meu armário. Mas velho, tal. E aí ela tinha… O médico tem uma hierarquização, faz bastante tempo, tá? Foi no começo da minha vida, médico. Eu tenho dois armários.

59:04
era chefe de estrelista, isso era um status, um símbolo. Todo mundo dividia a armária, ela tinha dois armários. E ela mostrou pro armário de cima, tinha o jaleco dela, as coisas pessoais, livros, artigos, tinha artigos de papel, então faz tempo. Eu estou há 15 anos formado, e eu estou na medicina desde que eu entrei, 2000, 2001.

59:32
16 anos final, 0 anos final, bom… E aí ela abriu, esse era o armário profissional pessoal.

59:42
E aí ela olhou pra mim e falou assim, mas eu sou louco. E eu fiquei assustado, que porra, né? O que ela vai? Aí ela abriu o outro armário dela. O outro armário tinha mentos, cola normal, e leite com mensagem. Caralho! Essa é a maneira que eu burlo a minha bariátrica. E aquilo me chocou, assim, porque eu não sabia o que dizer. Eu tenho o maior respeito pra ela até hoje.

01:00:10
E eu fiquei quieto, não precisa dizer nada. Eu sei das minhas condições. E o problema está aqui. É tão chocante essa história, e é tão grosseira, de até falar, que a gente tem que aprender com ela e fazer um exame de consciência de cada um. Aonde a gente está buscando os nossos prazeres, as nossas endorfinas e as custas de que…

01:00:40
Depois, anos depois, eu fiquei sabendo que ela teve osteoporália severa, tal, quebrou firma, uma pessoa alta, não é minha paciente, eu já gosto. Liga, sim, Alex. Então a gente tem que entender a nossa questão no tempo e no espaço, né? Pra gente poder ter a nossa questão da recompensa. A gente nem falou de questões de dinheiro, cartão de crédito, mas essas coisas também tem a ver com…

01:01:10
com as endorfinas, saber procurar o caminho de compensação, de ajuda e de reversão das coisas, porque, como você disse, a gente está num mundo muito imediato, muito vazio.

01:01:36
um pouco, tem pouco significado, né? Não sei se… já eu devaguei muito. Não, e tá certo. E a bariátrica, só pra atualizar, 70% das pessoas que fazem bariátrica re ganham peso. E boa parte delas ganham mais do que tinha antes. Porque ela não é o fim, né? Não é o fim, ela é um meio. Porque no final das contas, todo mundo fazendo bariátrica ou não, pra acabar com a dificuldade de sobrepeso, precisa trabalhar exatamente o que a gente tá pincelando aqui. Dar significado às coisas.

01:02:05
saber pelo que se esforça, atribuir o prazer no estilo de vida, no exercício regular, ao que o Barili falou muito aqui no começo sobre o sono, cara, que é muito subestimado também, né, Barili? É, unindo assim, ó, o sono, o mecanismo de recompensa e a bariátrica, né? Tem as medicações aí da moda, né? A moda para o médico tem a ver com estatística e tem a ver…

01:02:34
com o que está acontecendo no momento. Existem alguns estudos do norte europeu lá sobre o OZENPIC, e ele mexe no sistema de recompensa. Ele mexe no sistema da ocitocina, que tem a ver com sono. E já está amplamente divulgado lá que os caras que mexem nisso já têm um déficit de ocitocina, porque eles moram no…

01:03:03
países que não têm tanto sol, né? E eles têm depressão e de ação suicida, né? E isso é uma coisa…

01:03:14
que eu enxergo como médico, como algo muito… é um avanço muito substancial e interessante, porque a gente não entendia o mecanismo de alguém que atentava pela própria vida. E ali está o mecanismo orgânico, o entendimento orgânico, cru, frio, simples. E aí me leva a duas pontuações.

01:03:43
não vai ser um medicamento, pode ser a melhor droga do mundo que não existe, que vai compensar isso, então tu vai tomar o antidepressivo tal, tu vai bloquear isso aqui, igual pressão alta, igual o diabético, igual qualquer doença crônica que a gente consegue tratar com algum medicamento. A gente só vai compensar e tratar isso de uma maneira ampla.

01:04:13
multifatorial, não necessariamente multidisciplinar, porque hoje em dia a saúde toda é multidisciplinar. Ah, tu tá com dor no joelho, tu vai no traumato, tu tá gordo, tu vai no endócrimo, aí tu tá deprimido, tu vai no psiquiatra, aí, ah, tu tem que comer melhor, tu vai no… cara, não acredito que esse seja…

01:04:39
Não acredito, não. Eu não acredito que esse é o caminho. Por quê? Porque do mesmo jeito que eu falei que a nefro é uma ferramenta, eu acredito que um médico profissional da saúde, seja qual formação que ele vá ter, a gente adquire aptidões. E essas aptidões são features, né? A gente vai acrescentando ali e vai…

01:05:08
Vai usando isso no meio do nosso caminho, a gente vai perdendo o título. Eu faço coisas que a cardiologia faz, eu faço coisas que a endócula não faz, faço coisas que a nefo faz, me socorro com outros colegas com coisas que eu não consigo fazer. Por exemplo, eu nunca tive atração… Eu acho fantástico o assunto, minha esposa faz ecografia, mas eu nunca…

01:05:36
pensei em… nunca… o meu tesão na medicina não vinha em usar um ecógrafo. Hoje eu acabo usando ecógrafos para poder passar um acesso no paciente, alguma coisa. Como eu uso o esteto, eu não endeusifico o meu esteto, né? Mas eu uso ele, né? Assim como tu usa lanterna, sei lá, para examinar o paciente e tal. Mas… isso é a ferramenta atual, né? Última… último…

01:06:06
Ou a gente não sabe.

01:06:09
e aí eu acho que a gente vai tirar um pouco, ah, eles estão falando mal da bariátrica, mas não é esse o ponto. É que a gente evolui. Úlcera gástrica, úlcera de estômago. Como é que era tratado isso antigamente? Cirurgia. O cara furava o estômago, fazia uma peritonite absurda, um monte de gente morria por causa disso e não tinha remédio. Isso eu estou falando lá nos anos 50, 60, 80 e tal. Bom.

01:06:38
Aí evoluiu. Aí teve, eu não vou me lembrar agora, mas acho que foi nos anos 90, talvez um pouco mais, teve os bloqueadores de bomba protorânica. Homeoprazol, pantoprazol… Te dava um comprimido que compensava 90% daquelas úlceras e o cara seguia a vida.

01:07:00
o tempo passou. Hoje a gente sabe que muitos desses medicamentos têm alteração no intestino, tem alteração na absorção de coisas de nutrientes, tem relação com depressão e tem relação com doença canal tubular. Então, claro que a gente empurrou para frente o problema, ao passo que se tu ajustar o que…

01:07:29
o que causa essas coisas, o que causa a lesão, né? Pode ser de estômago, pode ser uma lesão de quadril, pode ser uma lesão de joelho, pode ser uma lesão muscular, pode ser uma depressão até, ou como é que vocês chamam? O barato do corredor, como é que é? Tem um nome do cara que fica viciado em endorfina? Como é que é? Não me lembro agora, vou ter que achar aqui.

01:07:59
Então, a gente consegue, atuando na causa, e a pessoa estando aberta a isso, ele consegue avançar, e esse avanço real, que não é a cirurgia bariátrica, não é a cirurgia de joelho, não é a cirurgia de úlcera, que é o ganho de qualidade de vida. O ganho de qualidade de vida é a gente entrar…

01:08:28
nesse jogo de equilíbrio das coisas.

01:08:37
Pessoal, maravilha, né? Inclusive teve um comentário aqui, eu acho que foi no Instagram, falando do papo de alto nível, porque saúde não é só o que come, é o que deixa de comer, vai muito além, né? E o Barili deu uma aula incrível sobre propósito, sobre significado, pincelando muito sobre o estilo de vida de um modo geral, indo muito além do que só atividade física, né? Então, muitas pessoas que colocam no papel de vítima, precisa ser provocado, exatamente como foi provocado aqui, porque…

01:09:04
Assim como o Barili falou, a gente deve assumir responsabilidade, porque o resultado que a gente tem na vida é baseado nos esforços que a gente toma, toda ação que a gente toma. E tudo está sempre dentro do nosso controle, né, Barili? Apenas direcionar nossa nossa mente para o local certo, aprendendo a lidar com essa questão emocional. E assim como o Barili falou, cara, não consegue, pede ajuda. Pede ajuda, ninguém precisa enfrentar isso tudo só. Ninguém precisa, então, sendo provocativo mesmo. A gente está sempre dentro do controle.

01:09:33
Para quem não consegue, pede ajuda. Barili, cara, muito obrigado mais uma vez, foi fantástico. Obrigado, Leandro. Obrigado pelo seu tempo, tá? A negociação foi longa, eu vou mandar um e-mail aqui para os empresários que conseguiram fechar esse acordo aqui para o nosso bate-papo, cara. Faz um drama, cara. Não, é só… Tu é uma figura, né? Cara, é só por questões do consultório, da… É um prazer falar contigo, eu aprendo um monte contigo, né? Eu adoro essas conversas, porque a…

01:10:03
Quando a gente manda isso para frente, da maneira digital, a gente tem feedbacks que nos tiram da zona de conforto, feedbacks positivos e negativos da coisa, que é o normal, que aí faz a gente entender, estudar, porque hoje o médico cada vez mais tem um papel educador. Quando o meu pai era…

01:10:33
Era médico quando era criança. Eu via que tinha alguns colegas… Ele ainda era nefrologista, fazia diálise, trabalhava no UTI e tal, como… Muitos dos colegas, eles ensinavam as pessoas a fazer coisas básicas. Por exemplo, só pra dar uma pinceladinha. Tem uma doença glomerular pós-streptocóstica. Ou stafilocóstica, que é mais fácil.

01:11:04
O cara tinha uma infecção de pele, machucava pele, machucava lá, um gorila, que foi brincar, sujo, fazia um gatilho imunológico, isso depositava no rim e ele fazia uma sineprotica. Qual que é a solução disso tudo? Ele entender que ele tinha que lavar o ferimento para não ter um estáfalo. Entende? É o simples.

01:11:32
E muitos colegas lá atrás, a grande ferramenta do médico é essa aqui que a gente está exercitando, e tu tá me dando a oportunidade de fazer, que é a gente ensinar as pessoas, ou oportunizar o debate de algo para a gente crescer. Eu quero te agradecer mesmo, tu tem todos os acessos e contatos, eu queria até…

01:12:00
humildemente te pedir que a gente fizesse outras vezes, porque eu adoro, pode ser o assunto que quiser, desde que eu possa me preparar, estudar ou aprofundar, se as pessoas quiserem sugerir alguma coisa, estou contigo aí. Estamos juntos. Obrigado, cara. Isso aí, vamos para frente.

01:12:22
Obrigado. E olha, o ensinamento que o Barili fez aqui vai muito além do que a maioria dos profissionais não aprende, tá? Na faculdade, porque a experiência de vida associada à filosofia, à mentalidade, cara, é muito além. Porque não basta dizer, ó, não coma processado, priorize comida de verdade, se muitas pessoas não conseguem. E aí, Barili, ao longo dessa hora que a gente conversou aqui, fez muita provocação. E aceite isso, não como algo que vai te puxar para baixo, mas que vai te empurrar para seguir adiante. E deixando claro…

01:12:52
Tem dificuldade? Não consegue? Pede ajuda, tá? Pede ajuda. Tá aqui, ó, no Instagram, o arroba, né, Doutor Alessandro Barili, com dois L no final, e aqui na tela do YouTube, Alessandro Barili tá aqui, tá? Acompanha lá o Doutor Barili e no podcast também, tá? Arroba Alessandro Barili com dois L no final. Rapaziada, um beijo no coração, obrigado pela presença de todos. Doutor Barili, mais uma vez, muito obrigado, tá? Eu vou deixar salvo aqui no YouTube e no Instagram, tá? Esse bate-papo. Segunda-feira saiu o podcast.

01:13:22
Meu amigo, obrigadão e muito sucesso pra nós. Estamos juntos, um abração. Tchau, tchau.


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