ALIMENTAÇÃO INFANTIL ft. Felipe Viana – Episódio #380
Podcast:
Transcrição:
Olá, muito bom dia, boa tarde, boa noite, seja muito bem-vindo, seja muito bem-vinda. Hoje é sábado 19 de agosto de 2023 e estamos iniciando mais uma live do Atlético Low Carb com o tema Muito, mas muito, mas muito importante que é sobre alimentação infantil. E olha só, o tema alimentação infantil não é só sobre o que a criança come, né, porque hoje a gente está vendo o mundo cada vez mais gordo e mais doente, inclusive nossas
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E a gente precisa trazer esse tema para discussão. E para falar sobre isso, estamos já sabendo mais uma vez, o grande nutricionista, Potiguá, um cara de respeito, o grande Filipe Viana, o sócio fundador do Aplastrocarbo. Filippão, seja muito bem-vindo mais uma vez e muito obrigado por ter aceitado o convite. Que é isso, Burmos. Eu que agradeço o convite. Você sabe que eu sou um fã seu. Eu já lhe disse aqui em algumas lives. E um convite seu é uma intimação. Nesse pronto, toda a vida que você me chamar, eu vou estar aqui.
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Inclusive um tema importantíssimo, por sinal, diga-se por sinal, diga-se de passagem que você escolheu. Introdução alimentar, alimentação infantil, um tema importante porque você consegue trabalhar na prevenção, né, a partir dele? Prevenção. E cara, é muito sério isso. É muito sério. A gente vai falar sobre alguns pontos já já. Para você que está aqui agora…
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Cara, participa. Se tiver dúvidas, coloca. Se você conhece algum pai, alguma mãe que tem crianças com dificuldade ali de controlar o peso, compartilha aqui essa live. Mesmo se você estiver acompanhando a gravação, compartilha. Porque vai ser interessante e importante demais. Tá? E eu trouxe alguns números, Felipão, pra gente comentar aqui e começar nosso bate-papo. Tá? A turma tá chegando aqui no YouTube já. Grande Carlos Jarutais, Juliano também tá em todas aqui.
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E para quem estiver no Instagram pode participar aqui na caixinha de perguntas. Felipãoolha só a estimativa que só no Brasil 6,4 milhões de crianças já tem um excesso de peso sendo que 3,1 milhões de crianças já estão obesas. Olha só e fazendo um paralelo isso lá nos anos 1900 início dos anos 1900 era raro encontrar um adulto com sobrepeso e obesidade encontrava-se claro mas era raro.
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hoje não só mais da metade da população brasileira está acima do peso como as crianças estão crescendo assim. E as coisas só vão piorando. Felipão, olha só, entre as crianças menores de 5 anos o índice de sobrepeso é 14,8%, sendo que 7% das crianças abaixo de 5 anos já estão obesas. Olha só, isso é forte. E tem um estudo que eu trouxe aqui que já constata.
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que até 40% das crianças com obesidade já tem gordura no fígado, esteatose hepática não alcoólica. Isso é pesado, cara. Isso é pesado. E aí, Felipão, na maioria das últimas lives, dos últimos meses, eu tenho perguntado para os convidados. Exatamente isso. Felipão, onde é que a gente está errando, cara? Burgos, esses dados aí que você trouxe, meu amigo, é uma coisa para a gente abrir o olho de fato. É uma coisa para a gente…
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se lidar, porque é o seguinte, é óbvio que está acontecendo alguma coisa e é óbvio que nós somos os pais da vez, os adultos de hoje em dia, a gente está errando. Eu sinceramente, assim, eu podia responder de uma forma bem simples, eu acho que a gente está errando porque a gente está se distanciando do que a gente sempre fez, a gente está se distanciando do que a gente evoluiu fazendo, comendo comida de verdade, ou seja, introdução de ultraprocessados está sendo, eu acho que, crucial.
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nesses números aí que você me disse. Aí se a gente for destrinchar um pouco mais, quando eu falo introdução de ultra processados, eu caio naquilo que a gente vem falando aí há mais de cinco anos aí no Instagram, na internet. Excesso de óleo vegetal do semente, que para mim é o maior vilão da saúde humana hoje em dia. Óleo vegetal de semente, margarina também. Ah, mas a margarina de hoje em dia é melhorzinha. Meu amigo, é menos mal. Enfim.
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óleo vegetal de semente, açúcar refinado e a parte química dos ultraprocessados que entram ali, que é conservante, é corante, não sei o que, e comida para comida entre aspas, produto alimentício para criança, tem que ter mais cor, tem que ter mais cor para ser uma coisa mais atrativa, então quando você junta isso aqui é o combo da morte, óleo vegetal de semente, que está embutido em tudo que é industrializado, excesso de açúcar,
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grau de refino dos alimentos e a parte química, essa de corante, conservante, de acidulante, de tudo. Eu acho que esse é o cômodo da morte, é isso aí quando a gente está errando, quando a gente começou a deixar de oferecer comida para as nossas crianças e começou a oferecer produtos alimentícios. E se você for no Google, burgos, e perguntar lá, comida para a criança, alimentação infantil.
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a enxurrada de produtos alimentares que aparece antes de aparecer comida é gigante, ou seja, se convencionou a partir de não sei de quanto, mas se convencionou ultimamente que comida de criança tem que vir em balada, tem que vir numa lata colorida, tem que ser azul, tem que ser amarela, tem que ser não sei o que, tem que ser muito doce, se não a criança não come. Enfim, eu acho que é nisso que a gente está errando.
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Tem que ter o super-herói ali na embalagem? Tem que ser o super-herói. O marketing bate pesado, a gente sabe. Que o objetivo deles é vender, entendeu? Ele não quer ser o filho saudávelzinho, não. Quem quer isso? Devia ser você. O pai que está escutando aí. Mas aí, é isso que você falou. Bota um super-herói, bota um desenho que está passando, que os meninos estão vendo. Enfim. E os pais estão caindo nisso. Por quê? Porque não tem…
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Tem pra nada, é uma correria, ninguém tem mais tempo pra nada, pra conversar, pra sentar e comer, ninguém tem tempo de fazer comida. Isso é outro ponto chave. Ninguém tem mais tempo de fazer a comida que a gente come, ou seja, tem que delegar, tem que terceirizar. Sendo que quem presta esse serviço de suprir essa necessidade de comida que você não tem tempo de fazer, não tá preocupado com…
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com a sua saúde, nem com o seu filho. Esse é o problema. Olha só, o FiliPão deu alguns exemplos, tá? Exemplos não, ele foi na categoria específica. Onde é que a gente está errando? O consumo aumentado, né? De óleos vegetais de sementes, que são refinados. E aí, para a gente só esclarecer, tá? Porque tem muito leigo que chega aqui. Quais são esses óleos vegetais? Óleo de soja, milho, canola, girassol. Que é comum na maioria das cozinhas brasileiras.
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E também em substâncias de supermercado, comida congelada, biscoito recheado que tem gordura vegetal, tem açúcar, o que o Felipe falou, e tem a farinha refinada, né, o ultra refino. Então, quando você parte mais para comida de mentira, né, Felipe, você aumenta o consumo daquilo que é comestível e não é alimento. Existe muita confusão do que é comestível e do que é alimento. E hoje, cara, as crianças, a maior parte delas estão tendo a maior parte da alimentação, da dieta.
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de substância comestível e não é alimento, né? Outro ponto importante que você colocou, não é que se o seu filho ingerir 5, 10% das calorias que ele está ingerindo, se for uma besteira ou outra, o dano vai ser muito pequeno, entendeu? Agora o problema é que está invertido, é 80% ou mais que está comendo besteira.
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está comendo comida de mentira, como você falou, comendo comida que não é comida, abrindo embalagem, já começa em casa, entendeu, do manhã? Já começa em casa, os pais têm uma parcela de culpa muito grande, mas aí diz que o bichinho é criança, merece, isso não existe, meu amigo, criança tem que comer comida de verdade. Eu vou dar um exemplo aqui, Burgos, eu estava no estágio, eu acho que não sei se eu comentei com você já, quando eu estava no estágio para me formar, estava bem perto de me formar.
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Aí eu fui atender numa UBS, num posto aqui em Natal. Aí uma mãe chegou para mim e disse assim, com a criança de dois anos no colo. Eu não sei o que eu faço com essa criança, com esse menino não. Ele está há dez dias com constipação e ele só quer comer comida de gente grande. Aí eu disse como é que é isso aí comida de gente grande? Eu querendo que ela falasse. Ela disse ele só quer comer arroz, come frango, come ovo e come melancia.
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e não sei o que se deixar ele passar todo dia comendo ovo frito com não sei o que aí eu disse e qual o problema? Aí ela disse não porque é comida de jeito grande comida pesada aí eu disse como é que você está dando o que para ele? Aí ela disse não eu estou dando comida de criança né uma lata de mochi pode falar nome que pode né?
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Fale. Uma lata de Neston, ela disse, eu compro toda de uma lata de Neston e misturo com o Mucilom, ou seja, aquela bagaceira misturada com açúcar e dava papa para o menino o dia todo. Ela era uma pessoa humilde, dá para notar. Aí eu fui explicar bem direitinho, eu disse, olha, é o seguinte, o seu filho está certo, ele nasceu com o instinto de comer comida de verdade, comida de criança, não tem que vir enlatado, isso aí a senhora gasta dinheiro porque é caro, isso aí você gasta dinheiro e muito.
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e eu sabia que ela era uma pessoa de baixa renda. Você gasta dinheiro com isso, faz um esforço, compra isso, não nutre seu filho, está piorando a situação dele. Enfim, aí deu uma aula lá, explica, porque eu não sei se eu já lhe disse, Burgos, eu também sou formado em economia, então é uma coisa que eu me preocupo de fato, é com comida e com dinheiro, que o cara tem que fazer uma coisa equilibrada, certo? Então eu vi a condição dela. Sendo que eu estava num estágio para me formar e a gente já fez uma live falando sobre
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quem está se formando aí na área da nutrição, né? A gente viu como são as facas, as universidades. Eu fui orientado a, tinha que montar um cardápio pro menino, e tinha que ter papinha, tinha que ter aveia, não sei o que, não sei o que. Pois você acredita que eu fiz dois cardápios? Eu disse, olha, esse cardápio aqui, a senhora pega, porque o tempo passa adiante. O tempo passa de forma. Mas a senhora não usa, não. A senhora usa esse outro que eu colocar aqui.
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Então o que é que tinha lá? Tinha ovo, o que o menino gostava, tinha ovo, tinha fruta, ou seja, tinha comida da verdade. Você acredita que esse menino, aí teve o retorno, com 15 dias ela voltou. Com 15 dias esse menino nunca, ela só passou umas 3 dias, ainda meio ruim, mas depois ele melhorou da constipação, não teve mais nada. O menino, o corpo dele respondeu a comida da verdade, entendeu? Ele voltou, saiu uma criança normal. Ela estava entupindo o pó de farinha, estava constipando ele, entendeu?
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é um absurdo porque quem tem um certo grau de orientação assim, a pessoa se orienta, vê uma live ou outra aprendendo negócio, mas aí as pessoas mais unidas, que não têm nem acesso às vezes à internet, como é que vai saber? Aí o marketing vem com força, o marketing da indústria alimentícia vem com força e faz a cabeça da pessoa, aí leva uma mãe dessa a acreditar que Neston é mais importante do que leite matado.
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é triste e é bizarro e quando você tem um mínimo de consciência, vai olhar a tabela de ingredientes ali, a lista de ingredientes, cara, você vê que é só bruxaria, é farinha refinada com um monte de porcaria, né? E a maioria das pessoas que consome isso, assim como o exemplo que você deu, não tem acesso à instrução. E a gente está aqui justamente para passar essa informação, né? Porque o mundo, Felipe, nunca esteve tão gordo e tão doente. Não é gordofobia, é saúde, tá? Cara, enfim. E aí, Felipe, sobre…
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Os dados que eu trouxe no começo, você é nutricionista, você como profissional da saúde tem se deparado mais com crianças nesse cenário, com sobrepeso, com obesidade, até com doenças metabólicas como diabetes tipo 2, gordura no fígado, hipertensão?
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Antigamente, Burgos, isso há 30, 40 anos, sei lá, era difícil ter gente com… Quem tinha gordura no fígado é quem bebia, você concorda? Sim, exatamente. Eu atendi a semana retrasada, meu amigo, um menino de 12 anos com gordura no fígado, esteratose hepática, grau 2, o que eu tolo, é isso, meu amigo, isso é mais comum do que a gente imagina. A gente que está lidando com atendimento, eu atendo de jeito muito todo, né?
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online a gente tá vendo ali na prática meu amigo é muito é… tá chegando com 10, 11 anos como você falou é a gente já
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Esses meninos estão bebendo com 11 anos? Porque antigamente isso era coisa de cachaceiro. Eu já ouvi essa frase. Gordura no figo é coisa de cachaceiro. Esses meninos estão comendo cachaça com 11 anos? Inclusive, eu me lembro também, Felipe, quando eu me lembro de um caso, quando eu era criança, de um rapaz, um vizinho da frente, que apareceu com esteatose hepática não alcoólica, mas naquela época não se sabia e ele era um camarada que não bebia. E vinha aquele mistério. Caramba, como ele pode ter gordura no figo do se não bebia?
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Hoje a gente já sabe muito bem qual é a causa, né? Pois é. Qual é a causa do gordura no fígado? É excesso de frutose, meu amigo. Fructose. Felipe, o açúcar da banana e da laranja, porque vem da fruta? Não. Isso é uma coisa que a gente deve falar, né, Burgos? Claro. Às vezes tem gente que fica com medo de comer algumas coisas, de comer comida, porque se não não vou comer, pôr uma banana porque tem 20 gramas de carboidrato. Meu amigo, banana e laranja nunca adoeceram ninguém, né?
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excesso de frutose, só para uma informação simples antes, carboidratos, a gente tem glicose e tem frutose, carboidratos são moléculas parecidas mas um pouco diferentes. Qual o problema? O problema é que se eu comer glicose, se eu comer uma quantidade de glicose, por exemplo uma cachoeira, mandioca, que é basicamente glicose, então 100g de glicose, essa quantidade
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se distribuir no meu corpo todo porque eu tenho receptores para absorvê-la no corpo quase todo. Se eu comer 100 gramas de frutose, a maior parte dessa frutose vai ser metabolizada no fígado porque é lá onde tem esses receptores, ou seja, a mesma quantidade de 100 gramas vai ser metabolizada em um órgão de 2 quilos. Ele não vai metabolizar tudo, ele vai estocar a parte dessa energia e estoca como forma de energia.
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essa energia em forma de gordura. O problema é onde esses meninos têm acesso a frutose? É na salada de frutas? De jeito nenhum. Tudo que é de produto alimentício é adorado com frutose, porque é um açúcar barato. Então, xarope de não sei o quê, xarope de guaraná, xarope de milho, xarope de não sei o quê. Tudo isso aí tem esse acesso de frutose. Como a gente falou, como o Burgos apresentou no começo da live,
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que está tendo uma pandemia, meu amigo, de obesidade infantil, é isso que está acontecendo, e esses meninos estão ficando assim porque estão comendo produtos industrializados demais, e junto com esse óleo vegetal que a gente falou, vem essa frutose. Então é isso, o que eu estou pegando é demais, o burro, tipo assim, de cada 10 crianças que eu atendo, 8, tranquilamente ali, 8, está com sobrepeso, está com…
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pressão na insulina mesmo que a glicose tá 80, 90, mas o cara já viu insulina de 14, dá uma insulina de 12, um pouquinho acima do peso, a gente tenta ficar alertando né, mas às vezes eu vou dizer, deixa eu lhe dizer Burgos, você é pai né? Sim, tenho dois, um casal. Você tem um casalzinho, pronto. Às vezes o maior problema é o bicho, são os pais.
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Cara, é sempre. Porque eu já atendi criança que… Quando eu atendi, o menino e a mãe. Eu notava que o menino ficava ali querendo aprender. E a mãe com resistência. Porra, isso não existe não. A mãe com resistência. Não, mas um negocinho para mandar um biscoitinho não vai atrapalhar. Vai, vai, vai atrapalhar numa proporção de um biscoitinho. Não vai atrapalhar no biscoito.
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Na proporção de um pacote gigante de biscoito. Entendeu? Aí você vê a resistência dos pais, entendeu? O trabalho do marketing é tão cruel que mudou a mentalidade dos pais. E de vez em quando eu faço sempre algumas postagens de alimentação infantil, porque eu atendo muita criança, né? Eu fui uma criança assim, muito acima do peso, e eu não entendi. Eu não entendi. Eu disse, rapaz, eu como…
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Eu como até menos do que… Eu sempre gostei de esporte, entendeu, Bucos? Aí eu estava na equipe de basquete e futebol, sempre passava, era bom esporte. Aí eu ficava pensando, eu disse, rapaz, eu como menos do que um amigo meu, por exemplo? Eu como menos e eu estou acima do peso e ele não está. Isso me incomodava, porque eu não entendia isso aí. Mas é porque eu não comia o que eu deveria comer, né? Aí eu sempre tento ficar alertando os pais que eu atendo, sabe? Mas eu noto uma resistência grande.
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E eu faço essas postagens mais para criar consciência dos pais mesmo, entendeu? Porque o problema não é quando a criança vai na casa da avó e eu como um pedaço de bolo. Não é quando ele vai na escola, não é um problema tão grande quando ele vai na escola e um amigo dele oferece um biscoito do lanche dele. O problema é em casa mesmo, é na rotina. Tá em casa. Tá ruim?
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Vai na escola, já leva a besteira de casa e lá arruma mais com o menino e quando vai na casa da avó no fim de semana, come um pedaço de bolo. Então o problema não é essa sessão não. De vez em quando faço umas postagens, eu fiz um ebook sobre introdução alimentar e alimentação infantil, vou disponibilizar esses dias. Eu fiz uma postagem no dia, o que levar para lançar? Porque é um dos problemas que eu vejo, sabe o que os pais enfrentam. Certo, eu posso até comer direitinho, mas aí o lanche?
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está associada a besteira.
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Primeira coisa, você é um menino pra ser nem lanchado, né? Tem menino que sai, não tem nem essa fome toda. Mas o lanche, na cabeça dos pais, tá associado que tem que ser uma besteira, tem que ser um biscoito, tem que ser um salgadinho, porque o nome lanche leva a crer isso. Aí eu fiz uma postagem, tipo de lanche você pode colocar, aí botei umas uvinhas, botei umas caixinhas, botei uma azeitona, botei um pouquinho de queijo, botei alguma… Pode misturar tudo, enfim. Deixa eu dar só um exemplo, deixa eu dar só um exemplo, Felipão.
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Meu filho para a escola, meu filho tem cinco anos. Sempre ele leva uma fruta com alguma coisa, sempre. Cara, pode ser melão, pode ser maçã, pode ser pera, pode ser banana, sempre. Ou fruta com um ou dois quadradinhos de chocolate 70% ou 85% que ele adora. Ou uma fruta feita semana passada, alguns dias ele levou um potinho com torresmo, que a gente mesmo faz aqui. Ô rapaz, por que você não me marcou nessa?
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ou castanhas como o Felipe deu a opção, tá? Porque é simples. Agora, claro, veja só, é inevitável. Ele está no convívio social. Talvez ele seja ou único ou ele mais alguém que leva alguma coisa mais saudável. Porque ele está sendo exposto a ler a questão social. Cara, quase todos os amiguinhos levam uma porcaria. E eu nunca proibi meu filho, nem minha filha, comer nenhuma porcaria fora de casa. Nunca proibi. Mas em casa não entra. E é claro que na escola a gente vai provar uma porcaria ou outra. Mas ele sabe que em casa aqui não entra.
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Mas esse trabalho educativo em casa, o exemplo é muito importante, né, Felipe? Porque boas opções de lanche não faltam. Não faltam. E só um parênteses, tá? Cara, Felipe, eu não me lembro de, na minha época, eu, ou tá levando lanche pra escola ou tá comprando lanche na cantina. Era raro. Cara, eu queria pro recreia era pra jogar futebol e pronto. Bebia minha água. Hoje os pais, cara, é empurrar guela abaixo, o que comer o tempo todo pra criançada. Tem que ser um biscoito, um salgadinho, um pãozinho.
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pelo amor de Deus. E aí a gente vem vendo como a gente trouxe os dados, o mundo infantil crescendo mais gordo e mais doente, né? É, essas gerações aí, os sufrimento muito mais… Sei nem como é que eu posso falar isso. Mas eles estão muito bem cuidados, entendeu, Burgo? Acho que você quer… Você vai entender do que eu quero falar. É um cuidado excessivo e montando uma cheirinha cheia de negócio, e é um biscoito do tipo e do outro. Meu amigo, é como você falou, no meu tempo…
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Primeiro que eu não tinha grana para levar para comprar besteira. Eu pelo menos não tinha e não levava não. E ia para a escola ficar de boa lá bater a bola no intervalo como eu fazia jogava bola e chegava em casa almoçava. E a gente a gente tem 30 e poucos 40 né bucos. Eu tenho 22. Eu chutariam os 25 pela sua carinha mas 22 errei. Eu com 41 Felipão.
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Pois é, impacto técnico, eu tô com 37, mas assim, o pessoal um pouco mais antigo, às vezes, comia duas vezes no dia, meu amigo. Ia pra escola sem comer, chegava, almoçava, jantava e tchau. Minha avó brigava comigo, André, não lancha, senão você não almoça. André, menino, não lancha, senão você não janta. Rapaz, boa observação, verdade. Verdade, era o que se mais escutava antigamente. Aí hoje em dia não. Hoje em dia, hoje em dia não. Hoje em dia tem que lanchar.
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Olha só, e eu vejo, né? Por exemplo, teve um dia, Filipe, quando eu estava na festa de final de ano com a família e lá tinha, claro, sempre os familiares levam prato, tinha opções boas e opções ruins e está tudo bem. E dentre as opções tinham, cara, muitas frutas, muitas frutas. E meu filho estava lá na fruta, na fruta, na fruta e brincando, na fruta e brincando, até que eu acho que as uvas acabaram e meu filho começou a chorar, chorando porque queria fruta e tinha, a uva tinha acabado.
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E aí chegou uma tia, não, tome aqui esse pedaço de bolo. Aí meu filho chorando, não, eu quero a uva. E a tia falou, olhando para mim, André, como eu queria que meu filho fosse assim? Meu filho não come fruta. E aí vem cara, filho que não come fruta é porque o pai e a mãe não é exemplo. É porque ele quer forçar dar uma coisa para o filho e come outra na frente do filho. Quando você estimula o filho a comer comida de verdade, estimula o paladar adequado, o filho vai reproduzir esse exemplo.
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Mas cara, não adianta você pedir para o filho comer frutas se você não come, se você não estimula, se você não é um exemplo. O que é que tu pensa sobre isso, Filipe? Rapaz, eu acho que você tocou na ferida de muita gente. Você tocou na ferida de muita gente, é o que eu falo geralmente nas consultas. Quando a perda é acabar a consulta, eu digo, olha, não acho que seu filho vai fazer isso que eu disse, se você ficar no sofá comendo Doritos, não. Eu concordo completamente com você, entendeu? Não adianta você ficar com…
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com uma fala muito bonita se você não dar o exemplo. Se você não tem uma rotina boa, se você não come comida de verdade, não espere que seu filho coma porque vai ser um milagre da natureza se isso acontecer. Vai ser muito difícil, vai ser muito difícil. E não tem negócio de ficar só comentando também não, pedindo, mandando não, você tem que dar o exemplo. E eu acho que esse é um dos principais problemas de verdade, porque é difícil dar o exemplo.
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Não é fácil não, entendeu? A galera da nossa idade tem 40, tem filha aí com 15, não sei o que, com 10. A gente foi criado numa rotina já meio ruim, entendeu? Por alimentar. A nossa rotina já foi meio ruim. Não foi péssima como está hoje, mas já foi ruim. Então os pais não conseguem dar um exemplo.
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Por isso que na hora da consulta a resistência vem por isso, porque eu acho que internamente eles já sabem. E dizem, rapaz, vou ter que parar de comer algumas coisas também. Não, mas não sei o quê, fica meio que querendo negociar, entendeu? Por causa disso, porque sabe que ele vai ter que dar o exemplo e talvez ele não consiga. E dando um exemplo aqui de pai, o que eu vejo, tá? Porque aqui em casa, cara, eu me exponho aqui diariamente nas lives, respondendo a audiência.
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Em casa não entra porcaria, não entra. Fora de casa, cara, eu não lembro uma única vez ter proibido meus filhos de alguma coisa no convívio social, mas em casa não entra, a gente faz esse trabalho educativo em casa. Mas, Felipão, eu acho muita crueldade, por exemplo, famílias que se reúnem para fazer um almoço, colocam uma garrafa de refrigerante, colocam um monte de porcaria lá, o pai e a mãe comem na frente da criança, mas proíbe a criança de consumir.
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Então o próprio pai e a própria mãe, cara, maltratam as crianças achando que está fazendo bem e inventam um monte de mentira. Não, isso é para adultos, cara, não é. Porque a criança quando está no convívio social vê outras crianças comendo. Então o exemplo começa em casa. E assim como você falou, Felipão, muito pai e muita mãe ficam negociando porque toca na ferida, o pai e a mãe não quer mudar, mas quer que o filho mude. Cara, ser o exemplo é o que vai gerar resultado para a saúde infantil, né?
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e eu estava pensando aqui, olhe como é o poder dos produtos ultra processados, o poder viciante deles, porque um pai ou uma mãe que leva o menino para uma consulta, ele ama o filho, você concorda? Claro, perfeito. Ele ama o filho e quer que ele melhore, sendo que ele tem resistência, mesmo sabendo que ele tem que mudar, que o filho tem que mudar, mas ele cria resistência, por quê? Porque ele sabe da dificuldade que é, porque a gente sabe que é gostoso comer aquilo,
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produto alimentício é feito para viciar, deixar mais fome e deixar desnutrido. Isso é o que acontece quando você come diariamente comida processada. Mas mesmo assim você está querendo negociar um negócio desse que só tem coisa ruim, você está querendo negociar. Por quê? Porque o poder do vício que é grande, meu amigo. A gente vicia naquilo.
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é muito poderoso a indústria alimentícia porque ele tem um produto ali que fica todo mundo querendo, entendeu? A demanda é altíssima, a demanda é altíssima. Por quê? Porque ele vai no vício da pessoa. E não acho que é uma coisa aleatória não, aquilo ali é estudado. Aquele sabor, aquela mistura de sabor, cores de embalagem, textura, aquilo ali é estudado para a gente se viciar. Oh, Rita Nobre comentou aqui no Instagram. Crianças não fazem compras, né? Então são os pais que compram perfeito, tá?
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Só que muito pai e muita mãe, Rita, não quer assumir a responsabilidade. Fazem uma coisa na frente dos filhos e cobram outra. E aí eu vejo, Felipão, muito pai e muita mãe que dão um docinho para o filho, comem porcaria todo dia e falam, não, é safadeza. Eu como porque é safadeza. Cara, imagina se uma pessoa, não, eu fumo todo dia por safadeza. Não, eu bebo todo dia por safadeza. Não, eu consumo a droga. Cara, não é inofensivo.
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A gente tem visto, Filipe, um número crescente, cara, mais da metade do Brasil, a população brasileira tem sobrepeso obesidade. O número de brasileiros morrendo por conta de complicações de diabetes, da hipertensão, só cresce. A população infantil, assim como a gente trouxe os dados, está crescendo gordo e doente. Cara, isso não é uma safadeza inofensiva, entende? E aí essa questão da dieta equilibrada, só um docinho, Filipe, isso pode ter um preço alto, concorda? Concordo em tudo que você falou.
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o preço é alto e não demora a chegar não, não demora a chegar. Esse negócio de dieta equilibrada é uma lorota que inventaram, entendeu? Uma lorota que inventaram, primeiro ponto, acho que foi doutor Souto, o nosso grande mestre que falou isso, se a dieta fosse equilibrada a gente tinha 33% de carboidrato, 33% de proteína e 33% de gordura, não era 50% de carboidrato que é açúcar e o resto você divide de qualquer jeito. Outra coisa.
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a dieta nossa nunca foi equilibrada desse jeito, a gente sempre tendeu a comer mais gordura e proteína. Antigamente de Burgos, eu comentei até numa aula que eu dei com um curso ali, eu falei assim, antigamente pra gente ter acesso ao sabor doce, ou a gente tinha que subir na árvore pra pegar fruta, quando era na estação, ou a gente tinha que pegar mel, mas o cara tem que ter muita vontade de comer mel.
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O cara de amêlias, entendeu? Tem que ter muita vontade. Hoje em dia não, a gente está com um acesso muito fácil, e dando para a criança, e é um pouquinho de cada coisa, e é produto de todo jeito, de toda a cor, de todo o formato, e não sei o quê. A gente está sendo bombardeado, entendeu? Essa é a verdade. Agora é o seguinte, a gente já falou muita coisa propriamente, tocando na ferida de muita gente, muita gente deve estar se perguntando, mas e aí?
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Qual é a solução? Existem soluções, né? Burgos, como você falou, você manda uns pedacinhos de chocolate 70%… Olha, aproveitar, Felipe. Desculpa interromper aqui, mas aqui. Aproveitar o momento que você está falando de lanche, tá? Bom dia, André e Felipe. Adorei esse tema de lanche de criança. Tenham essa dificuldade. Pronto. Felipe já está começando a falar sobre isso. Se puder desenvolver mais, Filipe, para ajudar. Tem várias opções que a gente pode fazer, entendeu? Olha, tem coisa que eu gosto muito, porque assim, para criança…
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Para alguns adultos também, mas para a criança a apresentação… Vai falar muito se ela vai conseguir ou não ficar com medo daquilo. A apresentação da coisa, né? Então você tem como… Tipo assim, se você botar um ovo cozido em uma banana, talvez a criança não vá comer no lanche. Mas se você fizer uma panquequinha, ela vai comer. Qual é o trabalho que dá? Você pega uma bananinha madurinha…
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quebra dois ovinhos ali dentro, mistura e faz uma panquequinha. Se você quiser, se o seu filho não tiver problema metabólico, você bota um fiozinho de mel ali, ou de leve, por cima. Meu amigo, isso é coisa que até André Burros, com 22 anos, queria lançar agora. Perfeito. Então a criança vai comer, vai ficar bom, vai ficar docinho, vai ficar gostoso. Mas não, o que você faz? Você dá R$3 para ela comprar um chocolate lá. E olha só, a desculpa do pai da mãe ainda… Eu não tenho tempo.
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Cara, esse pai e essa mãe passam tanto tempo na rede social, muitas vezes vendo algo que não vai agregar na vida, muitas vezes fica… desculpa, só fazendo qualquer outra coisa, gastando tempo. Cara, com cinco minutos você consegue fazer uma panqueca dessa aqui em casa. Eu falo isso porque eu faço para meus filhos. Só precisa não é de tempo, é só de um pouquinho de boa vontade, né? Isso.
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E você tem outras versões, você bota um pouquinho de cacau misturado nessa massinha, já fica um pouco quente ao colar. Se você quiser água, o lance é sempre inserir proteína nesse lanche, entendeu? Sempre tem que botar esse ovo, botar alguma coisa. Tem outra melhor ainda que eu gosto, ou você faz um omelete fininho e bota um franguinho desfiado dentro, ou você faz até uma crepiocas daquela. Se for botar alguma, bota um pouquinho de nada só para dar uma liga, mas não precisa.
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pode botar um pouquinho de queijo ralado, um pouquinho de farinha de amêndoas, ou alguma farinha de algum oleaginoso. Faz outra porquinha dessa na versão salgada. Aí bota proteína, bota um franguinho desfiadinho. Meu amigo, fica bom, entendeu? Você pode botar na lancheirinha. Talvez se você mandar ovo, ela não come. Mas se você mandar cinco ovinhos de codorna, é um negocinho tão bonitinho, né? Com o oréganozinho. Come na hora, meu amigo. Come na hora, come na hora. E assim, sempre inserindo proteína, dentro de comida de verdade, restringindo o…
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coisas refinadas. Olha, em Burgos eu tô chegando a conclusão, bicho. O grau de refino do que o pessoal tá comendo tá sendo determinado pra o nível de saúde que ela tá, que ela tá tendo e que ela vai desenvolver. O grau de refino dos alimentos é importante demais. Às vezes uma pessoa diz, não, mas eu tô… Eu atendo gente que diz assim, ó, eu nunca consigo ficar muito tempo numa dieta, a setor genética, por exemplo. No fim de semana eu vou comer alguma coisa. Beleza, como?
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mas como um prato de macaxeira, como uma fruta, como uma salada de frutas, como uma coisa na íntegra, como uma comida. Não vá comer coisa refinada não, que aí é só ladeira abaixo. Filipe, essa semana coincidentemente recebi uma pergunta de uma mãe. Foi mais ou menos assim. Meu filho tem 12 anos, está com sobrepeso. Normalmente pai e mãe até ameniza, né? Eu presumo que seja…
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quase já obesidade. E aí a pergunta foi, meu filho pode fazer essa dieta low carb? Cara, as pessoas entendem a dieta low carb como algo diferenciado que não é para todo mundo. Filipe, traz esse conceito aí para gente, o que seria uma dieta low carb e se crianças poderiam fazer? Dieta low carb, eu acho que o pilar principal da dieta low carb é um estilo, não é chamado de dieta, não é que às vezes a gente chama de dieta, o pessoal
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tem prazo para começar e prazo para acabar. O estilo de vida low carb que eu gosto de falar, ele tem um pilaço central de sustentação que é o que? Comida de verdade. Comida de verdade, o que é comida de verdade? É uma coisa que está totalmente adequada biologicamente ao que a gente fez durante a nossa evolução. Então se baseia a dieta low carb, se baseia em proteína, gordura e planta, bicho e planta, a famosa bicho e planta. Sendo que no universo dos vegetais
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tem uns que têm muito carboidrato e uns que têm menos carboidrato. Quando eu estou falando de um cara de 25 anos, estressado, com síndrome metabólica, resistência insulínica, se ele fizer uma dieta paleo, como eu estou falando aqui, que é uma dieta baseada em bicho e planta, ele já vai entender a se dar bem. Mas o ideal para ele é ele restringir carboidrato, ou seja, fazer uma dieta low carb, passo à frente. Dieta paleo, comida de verdade.
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é uma dieta baseada em comida de verdade, com restrição de carboidrato. Talvez para ele o ideal seja evitar algumas frutas muito doces, grãos, excluir grãos e ter muito cuidado com raízes. Então seria uma dieta para… Quando o Felipe fala restringir carboidrato não é cortar zero, né Felipe? Não, não tem como não. Aí fica um bocado de influência famosa aí com 50 trilhões de seguidores. A dieta low carb…
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É zero carboidrato, mesmo que se você comer ovo você está comendo carboidrato. Ovo tem um pouquinho de carboidrato, você não zera.
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Então assim, isso é a dieta low carb, é uma dieta baseada em comida de verdade, com restrição de carboidrato. No mundo das plantas eu evitaria fruta muito doce, devo ter cuidado com as raízes, e devo excluir grãos. Excluir ou se eu depender no contexto que eu colocar, se for uma dieta calculada, eu tenho como colocar um pouquinho de nada ali. Criança pode fazer? Criança deve fazer uma dieta baseada em comida de verdade, dieta palio.
36:33
Eu acho que uma criança eu concordo muito com o doutor Marcelo ele fala assim, criança deve comer comida de verdade sob livre demanda. Então come carne, come ovo, come fruta, come raiz e sai à vontade. Agora se a criança tiver já com 12 anos um diabetes tipo 12, que pode acontecer, tem gordura no fígado, tem uma resistência insulina severa, tem a alergia intolerância alimentar, aí você tem que restringir meu amigo.
37:03
Porque é o seguinte, se a gente fala isso aqui e o cara diz, não, o Felipe, Burgos… está dizendo que aqui nessa foto pode comer comida de verdade sob livre demanda. Mas o menino tem 12 anos, obeso, diabetes tipo 2, resistência insulina, tem gordura no fígado, o nível 2 lá, tem esteatose empática. Aí o cara vai passar o dia comendo banana, jaca e manga rosa, porque é comida de verdade, não vai, meu amigo, não pode.
37:31
Isso aí tem que ser restringido também e vai depender do caso específico. Mas criança deve comer, deve fazer uma dieta palio e se beneficia demais com a dieta low carb. Uns precisam, uns precisam fazer dieta low carb e outros podem fazer que vão se beneficiar. Eu acho isso aí. Perfeito, assino embaixo, tá? Não há por que, não há razão para limitar o consumo de comida de verdade para crianças.
37:57
Olha só, agora tenho um parêntese aqui, porque muitas pessoas até procuram truques brechas, cara, são pessoas com uma tendência a ser advogada a procurar brecha. E quando a gente fala de uma razão para restringir, porque uma das falhas, Felipe, como pai, eu vejo isso, é a ausência do pai da mãe para atuar como pai e mãe. E acaba a criança quer atenção, quer afeto, quer carinho, quer brincar, o pai e a mãe não, come isso aqui, não, vai comer uma fruta, não.
38:25
Cara, acaba passando a responsabilidade da atenção do afeto do pai da mãe para a comida. E por mais que seja uma banana, perceba que a criança não tem discernimento. Ela quer a atenção do pai, quer a atenção da mãe. E aí chega o pai e a mãe. Não, vai comer uma fruta, menino. Não, me deixa um pouquinho aqui, vai comer. A criança aprende. Não. Por alguma razão eu não tenho a atenção do meu pai e da minha mãe, então eu vou comer. O que é que ela aprende? Cara, quando eu não tiver a atenção de alguém, eu vou comer. E ela começa a desenvolver esse hábito. Percebe que isso vai muito além do que só comer ou não.
38:54
E aí o pai e a mãe acabam estimulando a criança a quando precisar de afeto e atenção ela não vai ter de alguém que ela ama e acaba buscando conforto na comida. E isso já é um passo para transtornos comportamentais, por mais que seja comida de verdade. Percebe? Mas desde que a criança realmente tenha fome, não há absolutamente nenhuma razão para limitar o restringir o consumo de comida de verdade, mas não também atribua a responsabilidade do pai da mãe repassando isso para comida, né, Filippão?
39:24
você vai sair dessa live odiado por muitos pais aí, você tá pegando na feridinha de muita gente. É a pura verdade, eu assino embaixo também. Ocorre e eu vejo na prática essa transferência de responsabilidade. Entendeu? Você passa o dia fora, chega em casa, não tem tempo de brincar, mas eu trouxe um sorvetinho de chocolate aqui, vamos sentar aqui, vamos comer. É verdade. Quer compensar na comida, né? Quer compensar.
39:51
Isso pode ser, como você falou, pode ser um começo de desobediência de fato. Você procurar sempre resolver seus problemas emocionais na comida. Aí o cara não vai ficar criança pra sempre, o cara cresce, né? Aí quando o cara cresce, isso aí pode se… Pode se repetir, esse padrão. Eu percebo isso como pai, tanto vendo pais fazendo isso, e isso também serve como reflexão, porque muitas vezes sim, cara, como pai, como mãe, a gente tá…
40:21
focado no trabalho precisa se concentrar chega a criança a criança só quer atenção cara a gente é pai e mãe a gente deve atuar como pai e mãe entende e às vezes a gente quer terceirar não cara minha família prioridade eu consigo fazer meu trabalho aqui daqui a meia hora e aí é atuar como pai e mãe tá isso é importante Felipão outro um outro ponto importante essa semana também uma mãe perguntou André quantos ovos meu filho pode comer por dia o curioso
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é que ninguém pergunta quantos biscoitos meu filho pode comer por dia. Quantos copinhos de refrigerante meu filho pode tomar por dia, mais ovo, cara. Filipe, quantos ovos uma criança pode consumir num dia? Quantos ela conseguir. Se for de codorno, ela consegue um pouquinho mais. Se for de codorno, ela vai conseguir um pouquinho mais. Eu vi essa sua resposta, ela é horrível. Esse é o problema.
41:16
existe um problema agora a gente tem que tentar entender eu acho que talvez porque ela pergunta isso porque ela deve ter escutado alguma autoridade ou alguma influência grande um médico vestido com jaleco branco né falando algumas asneiras né falando alguma besteira o que não é difícil a gente encontrar inclusive é mais fácil do que a gente imagina é mais fácil encontrar o povo falando besteira porque falando né então ela deve ter visto isso aí né
41:44
falando que ovo pode ser perigoso, porque pode aumentar o colesterol, enfim, não sei de onde vem essa pergunta, mas para responder, ovo é o segundo melhor alimento que existe, na minha opinião, só perto do leite materno, né? Então por que eu devo me preocupar com o consumo de ovo? Talvez se você botar esse ovo dentro de pão e fritar numa margarina ali, fazer uma torrada, esse seja um problema, mas se o seu filho está comendo ovinho cozido, come na panquequinha do jeito que a gente disse.
42:14
come no lanche um ovinho de codorna, meu amigo, seu filho vai ficar com a saúde melhor do que a sua, não tem pra que restringir o consumo de ovo não. Inclusive, se ele está comendo ovo, ele está deixando de comer biscoito, porque ele não vai explodir, ele vai comer uma coisa ou outra. Se ele está comendo comida de verdade, esse é o lance, entendeu, Burgos? Inserir sempre comida de verdade com mais proteína, pra que ele não tenha vontade de comer o resto, porque o resto, minha amiga, é barra pesada.
42:43
barra pesada. E aí eu quero saber dessa barra pesada, Felipão. Hoje a questão social e cultural é muito forte, né? Por exemplo, hoje eu não dou a mínima, cara, eu não dou a mínima. Eu não vou falar, mas dá vontade de falar um palavrão, dá vontade de ligar aquele botão, né? Mas quando a gente está em festa de criança e alguém pergunta, caramba, na sua casa seus filhos não tomam sorvete em chocolate? Não. Caramba, que malvadeza.
43:11
A gente vem vendo cada vez mais pais e mães que não fazem essa malvadeza de negar açúcar para a criança em abundância. E hoje, além das crianças estarem, cara, crescendo de forma assustadora com sobrepeso, obesidade, no Brasil já se fala em cirurgia bariátrica pediátrica. Eu vi, rapaz. E isso parece que não é malvadeza. Eu vi. Mutilar o estômago de uma criança para elas continuarem tomando refrigerante, tomando sorvete, comendo pizza pão em abundância.
43:40
O que cara, que malvadeza é essa? Qual a sua opinião sobre a bariátrica pediátrica, Filipe? Rapaz, é o seguinte, eu acho que é um golpe perfeito do sistema, entendeu? É um golpe perfeito do sistema. Se eu tenho uma indústria que eu faço seu filho engordar e sempre querer comer mais e estar desnutrido, eu tenho uma outra que eu resolvo esse problema com. Eu corto um pedaço do seu filho, que é isso que acontece, e seu filho vai depender muito provavelmente por resto da vida de suplemento.
44:10
é um golpe perfeito meu amigo, é um golpe perfeito. Quem quiser que diga que não, eu não mudo meu pensamento não. Quem quiser que diga que é não, mas é teoria da conspiração, é terrorismo nutricional, quem quiser que diga, eu não mudo meu pensamento. Eu tô ficando com raiva que minha voz… eu tô ficando louco também. Eu não mudo meu pensamento, isso é uma coisa, eu acho que é uma coisa orquestrada, entendeu, Burgos? Por que meu amigo?
44:36
como é que você está querendo resolver o problema da criança se é você que gerou esse problema? você quando eu digo o sistema de modo geral. mas assim, eu sou contra, eu sou contra de verdade. não sei se em alguns casos específicos talvez eu tenho que pensar melhor sobre o assunto do burro mas de modo geral eu sou contra, eu acho um absurdo bicho, de verdade. quando tem paciente meu adulto que quer fazer, eu já tento mudar o pensamento dele, entendeu?
45:06
Eu já tento mudar, tem uma mulher que veio pra mim, rapaz, teve uma paciente que veio pra mim, ela disse, Filipe, eu tava querendo perder peso, mas agora eu tô querendo engordar assim pra fazer a cirurgia bariátrica. Eu digo, eu não vou ler a tenda, não. Não tem condições não. Mas eu consegui reverter a metade dela, entendeu? Mas foi pesada a consulta com ela, porque ela já veio armada. A cirurgia bariátrica, quando bem feita e bem acompanhada por nutricionista, psicólogo,
45:36
tem que ter uma equipe boa de apoio, ela é benéfica, entendeu? Para algumas pessoas, mas eu acho que para criança, eu vejo muitos problemas de verdade, quando eu penso no longo prazo, entendeu? Talvez no curto prazo, talvez você resolva aquele problema ali, mas no longo prazo eu vejo muito problema. Qual a tua opinião, Burgos? Vamos lá. Minha opinião. Crianças, cara, olha só quem alimenta a criança, é o adulto. A criança, ela é.
46:03
O resultado que ela tem é consequência da educação do pai e da mãe. Boa parte dos pais, por desconhecimento, acabam engordando os filhos e adoecendo. Eles não têm culpa, né? Mas a gente está aqui justamente para passar informação. Melhorar a alimentação, assim como o Felipe está dando uma aula aí, cara, só melhorar a qualidade da alimentação, isso pode evitar reverter o quadro, a bariátrica de criança, tá? Porque é pesado, porque…
46:29
Estatisticamente, já é comprovado que 70% das pessoas que fazem bariátrica adulto voltam a ganhar peso e boa parte reganha mais do que tinha antes, mesmo comendo bem menos. Mesmo comendo bem menos. Porque engordar não é sobre comer pouco, fechar a boca, né, Filipe? É sobre a qualidade do que se come. Então 70% das pessoas que reduzem o estômago começa a comer muito menos, emagrece, mas depois reganha. Porque o impacto metabólico do alimento é muito mais importante do que a quantidade do que se come. Mas criança.
46:59
Ela só aceita o que o adulto dá para ela. Criança não trabalha, não tem cartão de crédito, não vai no supermercado fazer compra, né? Ela come o que o pai, a mãe, o tio, o tia, a madrinha, o padrinho dá. Então, ela escolhe o resultado do que o adulto está dando. Então, até hoje, Felipão, eu não vejo nenhuma, realmente nenhuma situação no qual seja inevitável para criança, para adulto eu até vejo. Em alguns casos, pode salvar a vida do adulto. Isso não se discute.
47:26
mas a grande maioria dos casos de adultos também é possível reverter, evitar cirurgia. Mas criança, cara, criança eu não vejo até hoje, sendo bem sincero, eu não vi nenhuma única situação que justificasse fazer bariátrica em criança. Quando você perguntou eu fiquei pensando, tem uma criança que é muito famosa, há um tempo desde atrás que ela apareceu fumando, não sei se tu viu, ela tem uns 8 anos.
47:54
Ela tem uns 8 anos, é um neném de ano bem gordinho e fumando e depois, depois dos 5 anos, ela apareceu, acho que pré-adolescente, muito gorda mesmo, muito gorda, muito gorda. Talvez se uma criança dessa chegar, vai morrer em uma semana se não acontecer nada. No caso de emergência, talvez o cara faça, não sei, se for para salvar uma vida como você falou, mas é uma criança, não é mesmo? Teria como reverter isso aí, teria como reverter isso aí. Eu não sei não.
48:24
99% dos casos eu acho que eu sou contra. E olha só, o Filipe, a criança não vai só para uma consulta com um nutricionista, então a criança eu acho que quase todas ou vão com o pai e a mãe ou o pai ou a mãe ou algum responsável. A criança que tem o sobrepeso que vai se consultar contigo, eu aposto que ela é reflexo do pai da mãe. Elas devem ter o mesmo modelo, né? Então se a criança está gordinha…
48:52
ou pai ou a mãe ou os dois também são gordinhos, conferem. É 100% bate toda a vida. As duas únicas as duas únicas crianças que eu atendi são gêmeos. Engraçado demais a consulta com eles aqui de natal. Quando eu lia na anamnese deles eles disseram que queria trincar. Os dois 13 anos eu quero ficar trincado. Foram as duas únicas crianças que eu atendi com o peso ideal. Eles são magrinhos querendo ficar forte.
49:22
naquela idade ali né e a mãe e o pai também entendeu a mãe e o pai também tem um corpo bom né é agora quando eu fui ver a rotina alimentar legal a rotina alimentar deles entendeu legal de verdade não tinha nada extraordinário entendeu o pulco mas comia comida comia comida não comia macarrão não comia de dia não comia pão não conhecia negócio comia comida era a base alimentar da casa deles
49:52
ou jejum, que é um que comia e o outro que gostava de comer. Um não comia, um comia, né? Mas quando comia pela manhã, raiz com ovo. Maravilhoso. Almoço, legume e carne. Às vezes faziam purê de batata ou alguma coisa. E no jantar repetia o padrão do café da manhã. Carne de sol com macaxeira, batata com frango. E comia fruta, lá livre. Ou seja, comia comida, meu amigo. Então era uma família bem…
50:20
equilibrado em relação a parte alimentar, mas o resto basicamente, o resto das crianças que eu atendia, todas com sobrepeso e quando a pessoa vai ver o pai e a mãe também. Por quê? Porque o padrão, a rotina da casa tá ruim. Aí é difícil, são raros, a não ser quando é aqueles meninos que a gente chama aqui madruguin, né? Come tudo e não engorda, come tudo e não engorda. Mais uma hora a conta chega. Então…
50:47
Por fora tá bem, mas por dentro como é que tá? Daqui a 5 anos como é que vai estar? Mas aí quando tá numa família desregulada em relação à alimentação Geralmente você observa em todo mundo Olha só, certo dia eu tava chegando na escola com meus filhos E a gente parou e no carro da frente tava uma colega da mesma turma da minha filha E ela desceu e foi lá falar com a coleguinha e o pai desceu O pai com bastante sobrepeso, bastante, bastante sobrepeso
51:15
E a filha também reproduzindo o mesmo modelo, ela com menos, mas também com sobrepeso. Eu estava na escola lá dentro e a minha filha chegou com essa coleguinha. Papai, olha só, o pai dela, a menina que estava no carro da frente, falou que ela está muito gordinha e precisa emagrecer. Cara, ela é reflexo do pai, reflexo da família em casa. E a gente toca naquela filha de novo, né, Felipão? Não adianta, cara, você pedir para os filhos fazerem uma coisa e você faz outra, principalmente na frente deles.
51:44
O pai e a mãe deve ser o exemplo. É cruel você cobrar uma coisa dos filhos se você faz outra. Então o exemplo tem que começar com o pai. Às vezes não, sempre tem que começar com o pai e com a mãe. É porque a criança replica o que ele está vendo. Se ele está vendo o que não presta, não espere que ele vai fazer coisa boa. Às vezes essa cobrança dos pais de fazer uma coisa…
52:13
negar outras para a criança, as vezes é uma coisa que ele queria para ele, mas ele não consegue e quer replicar para o filho dele, entendeu? Eu não acho que isso é na má intenção não, talvez você já está no subconsciente, mas o fato é, é o que você falou desde o começo, quem compra comida para sua casa minha amiga é você, então escolha melhor que você vai comer. Eu sempre procuro puxar uma coisinha dessa no sábado de manhã, por que? Porque no sábado o povo vai comprar as coisas, geralmente, né?
52:42
Aí eu digo, vai comprar, né? Cuidado, que o seu filho… Você sempre coloca… Inclusive, vou colocar um hoje pra homenagear nossa live aqui, que eu gostei demais do assunto que você propus aqui pra gente falar. Felipão, ó, Felipão também tocou num momento, num ponto muito importante. E eu faço questão de falar isso com frequência. Felipão falou, o pai às vezes não consegue, mas quer ajudar o filho a filha. Eu entendo perfeito, tá? Mas olha só, cara, se é difícil pra você, se você não consegue, pede ajuda, cara.
53:12
Pede ajuda, é simples. André, eu não consigo, eu já fui nutricionista. E, cara, vai para um psicólogo, vai para um psiquiatra, vai para um equipe multidisciplinar. Cara, pede ajuda, não se conforme em ter má saúde. Porque não adianta você não se esforçar para mudar, mas pedir para o seu filho e sua filha se esforçar. Então, não consegue. Que fique claro, peça ajuda. Cara, o Felipão está aí um profissional. Às vezes o outro me pergunta, André, indica algum nutricionista que atende a crianças. Está aí, o Felipão.
53:40
Cara, você é o adulto, o pai e a mãe não conseguem, pede ajuda. É simples, cara. Eu acho que é muita arrogância você não pedir ajuda. É ignorância e pedir ajuda, cara, é nobre pedir ajuda. Todo mundo pede ajuda em algum momento da vida. Todo mundo precisa. Ninguém sabe de tudo, nem consegue tudo. Não é, Filipe? Eu concordo, concordo. A gente também faz isso, meu amigo. A gente também faz isso com a gente, tanto em relação a nível de.
54:09
Quando a gente tem um problema de saúde, por exemplo, mesmo a gente trabalhando na área da saúde, a gente pede ajuda, tem que ser pedido. A gente não sabe construir uma casa, se a gente quiser construir, se a gente vai fazer, de todo jeito. Tem que pedir ajuda, tem que pedir ajuda. A gente está chegando na reta final, o Filipe está com uma hora apertada aí e o Filipe tocou num ponto importante que ele atendeu dois irmãos aí, um pulava o café da manhã e outro não. E o tema é, cara, criança pode fazer jejum, Filipe? Que história é essa, cara?
54:37
Rapaz, eu dei uma aula sobre porque é o seguinte, nessa hora, né? Rapaz, ou consulta boa, eu vou conhecer esses meninos. Um tosso pro Flamengo ou pro São Paulo, aí é uma confusão, né? Aí ele disse, um disse assim, ó, eu não gosto de comer de manhã não, mas manhã fica me obrigando a comer. Aí a mãe dele, na boa intenção obviamente, ela disse, não, eu acho que tem que comer de manhã, porque é uma refeição importante, sei o quê. E o outro?
55:06
Gostava de comer pela manhã. Eu disse, olha, é o seguinte, o certo é o seguinte, se você gosta de comer pela manhã, coma, a alimentação da sua família já é muito boa, da sua casa. E se você não quiser comer pela manhã, pronto, né? Não precisa comer desde que você não vá lanchar coxinha na escola. Você come quando chegar em casa. Ou leve alguma coisa, se der fome de 10 horas, você leva pra comer de 10 horas, leve comida.
55:33
Por exemplo, você pode dar a razão ao café da manhã, pode comer um pedacinho de macaxeira e um pedacinho de carne, por que não? O lanche tem que ser biscoito? Por que não? Aí a mãe dele disse, não, mas ele pode ficar tranquilo? Eu disse, pode, pode ficar. Pode ficar sem pular esse café da manhã, no jejum não vai matar seu menino, muito pelo contrário, vale trazer muito benefício para ele. Agora sim, eles eram magrinhos e eles queriam aumentar a massa muscular, começando musculação, queriam ficar trincados. Aí eu fiz dois cardápios separados para ele.
56:04
Então para o que não comia no café da manhã, ele ia comer um pouquinho mais, eu botei um lanche com mais proteína, com mais para ele, entendeu? Porque eles tinham um padrão diferente, um sentia mais fome de manhã e o outro sentia fome mais na parte da noite, óbvio, não é por causa disso, que um tomava café e o outro não tomava. Aí nesse que não tomava café da manhã, eu coloquei para ele comer uma quantidade maior de noite e se ele quisesse, depois da janta, ainda dava para comer um pouquinho mais.
56:33
Sendo no universo da comida, claro, de comida de verdade. E no outro não, dava jantar ali, ele já meio que parava ali de comer, porque ele não teve muita comida, claro. Mas criança, isso não é considerado nem jejum, né, Burgos? Pular um café da manhã. Mas assim, as mães aí, a minha achava que era obrigatório, eu também não gostava de tomar café da manhã, não. Mas para as mães ficarem tranquilos aí, se seu filho gosta de ir para a escola.
57:00
sente uma café da manhã não faz mal, deixe, pode deixar. Agora abra a cabeça dele, abra a mente dele, abra o olho dele, não vá comer biscoito e doritos na escola não, come em casa quando chegar, come em casa ou leve comida para comer, o importante é isso, fome saciedade se seu filho estiver bem equilibrado, quando tiver fome come comida, não obrigatoriamente tem que sair pela manhã.
57:27
Alguém perguntou aqui no Instagram. O Dense é do Rio Grande do Norte? Sim, Felipe é de Natal, Rio Grande do Norte, grande potiguar. Olha só, tem uma pergunta. Natal e Recife, Natal e Recife, conexão. Ó a pergunta aqui, pipoca frita na banha faz mal? Rapaz, depende aí, né? Só o fato dela de ser feita na banha já é menos mal. Se você for fazer pipoca, faça.
57:57
na banha de dia que você está fazendo. Aí outra pergunta, a quantidade? É um copinho de pipoca? Ou é um copo de pipoca? Um balde de pipoca? Isso também importa. Aí outra pergunta, pra quem é essa pipoca? Pra uma criança totalmente saudável, que vai comer um pouquinho? Talvez eu não veja tanto problema não. Mas é pra um cara que é adulto que…
58:23
tá com obesidade, esteatose hepática, sei o que, que come um balde de pipoca assistindo Netflix todo dia, aí talvez seja ruim. De modo geral, o que é que eu penso? Fora essas particularidades, pipoca vem de grão, já não é uma coisa muito boa, vem do milho ali, já não é uma coisa tão boa. É um alimento ali que tem uma alta concentração de carboidrato, tem muito carboidrato, não
58:52
tem praticamente nada de proteína e é rica e é pobre, é um alimento pobre em nutrientes. Mas tem que olhar todas essas outras, tem que fazer essas outras observações, entendeu? Um pouquinho só com o cara que é saudável, se ele gosta muito, não tem problema não, feita na banha, no ar, fazendo óleo. Perfeitamente. Tem que ver várias coisas aí. Eu sinceramente não gosto de pipoca porque fica no dente. Eu prefiro fazer.
59:20
Eu nunca gostei de pipoca, mas estou rezo, quero que você mande para o seu filho. Filipe, para a gente encerrar, gostaria que você só colocasse uma lista dos alimentos que crianças devem priorizar. Devem, eu acho muito forte, mas assim, o que pai e mãe deve assim sempre priorizar, buscar priorizar para os alimentos, para as crianças e uma lista do que crianças devem evitar. É o seguinte, para os pais e mães que estão escutando, quando for
59:48
escolher o que seu filho vai comer assim e você também obedeça o princípio de adequação biológica. A adequação biológica priorize proteína, priorize gordura boa e alguns vegetais. Proteína é carne e ovo, não é lentilha nem feijão não. Não, pelo amor de Deus. Qualquer alimento tem origem animal. Priorizem alimentos de origem animal que vai conter proteína e gordura.
01:00:17
E dentro do mundo dos vegetais priorize fruta, raiz, nessa sequência fruta, raiz, pode botar alguns legumes e eventualmente se você for colocar para uma criança um pouquinho de grão aí também não vai matar, vai ser tão maléfico não, se você seguir essa sequência. Fora isso eu lhe aconselho que evite, deixe como uma exceção, entendeu? Então vamos traduzir carne, ovo, fruta.
01:00:46
raiz, batata, inhame, macaxeira, mandioca, legumes, grãos, tenta pegar leve, eventualmente você come isso aí não vai atrapalhar não, mas tenta pegar leve. Fora isso, o que é que a gente deve evitar? O resto. O que é que a gente deve evitar? O resto. Porque o resto não é comida de verdade, esse é o fato. Sim, mel também entra né, Burgos, claro. Mel, acho interessante também. Mel vai entrar também né, pra criança ali principalmente.
01:01:15
Mas se você pautar… Agora, desculpa, o mel puro, tá? Aquele mel que se possível vier com favo. Porque tem muito mel que ele passa por um processo de refinamento. Tem muito mel no supermercado que é adicionado xarope. Então se você tiver acesso a um mel no qual o produtor já pega lá com favo, o mel cru, o mel puro é ótimo. Esse é top. E eu vou dizer um negócio que chegou uma pergunta pra mim que deu uma dor na minha alma. A mãe mandou. Isso aqui é mel, mel caro, meu amigo. Aquele mel caro.
01:01:44
Aquele mel caro que tem no supermercado. Esse mel dá certo, esse mel dá certo, pelo amor de Deus, esse não é mel não. Mas o nome do infeliz é mel caro. Esse tipo de xarope que gera gordurinha lá no fígado também. Isso também. Consumo excessivo. Isso também. Então se você pauta a alimentação do seu filho, isso que a gente falou… Acertou 90% já, né? Acertou 90%.
01:02:12
Não é esses 10% aí que vai atrapalhar mais não, entendeu? Exato. E evitar, Filipe, o que é que todo pai e toda mãe, se pudesse esforçar para evitar o máximo que seria? Produtos industrializados de modo geral. Então, vou dar um iogurte para o meu filho. Vai dar aquele de morango, que de iogurte não tem nada não. Compre iogurte, quer iogurte, dois ingredientes. Se quiser adoçar talvez com um pouquinho de mel, bota uma fruta dentro.
01:02:40
Não existe. Se você quiser iogurte com morango, aí dá certo. Você compra iogurte com morango, dá certo. Mas iogurte e morango não existem. Então, produtos industrializados em modo geral, isso aqui entra basicamente tudo. Salgadinho, docinho, e biscoito, e bolacha, e bisnaguinha, e pão, que é o que as crianças estão comendo na maior parte do tempo. Salgadinho.
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Refrigerante, refrigerante, suco bem lembrado, refrigerante, suco de caixinha, tá fora isso aí, suco de caixinha não existe, pelo amor de Deus, e refrigerante também não vamos nem discutir, né? Não, mas o meu filho adora suco de uva integral, toma todo dia meio litro, suco de uva integral, tem mais açúcar do que refrigerante, tem que ter cuidado. Quando eu falo grau de refino do alimento é pra tudo, coma fruta, suco, são outros quinhentos, seu filho vai comer um ou dois de laranja.
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mas suco de 5 ou 6, ele toma bem ligeirinho. Então é excesso, vira um excesso de frutos aquilo ali. Sempre priorizar comer alimento na sua integralidade, pra gente comer aquela fibra, pra gente mastigar aquela fibra alimentar ali, quebrar e chegar no nosso intestino como ela sempre chegou. Basicamente, isso não é poucos. Show de bola, perfeito. Só pra gente, título de curiosidade, o Filipe falou de suco, prefira sempre a fruta do que o suco, sempre. Eu vi um dado uma vez, Filipe, que pra fazer um copo de suco de uva…
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São um milhão de 200 e poucas ml, são mais de 70 uvas. Isso é muito fácil beber um copo, mas é improvável uma criança estar comendo mais de 70 uvas. Olha só, olha que curioso, né? Enfim, Felipão, eu sei que está com a hora apertada aí, muito obrigado mais uma vez, cara. O Felipão é o fã do Atletas LowCarb. Rapaz, eu fico orgulhoso com esse título, viu? De verdade.
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Eu agradeço o público, eu que agradeço pelo convite, que é isso. Toda a vida que tiver uma brecha pode me chamar, que eu venho com todo gosto. E qual vai ser o almoço de hoje? Rapaz, eu não pensei, eu nem tenho café, na verdade. E aí eu vou correr para atender uma mulher agora lá na clínica, e quando eu voltar eu vou ver. Se não tiver nada, sem problema. Se eu chegar a fritar um ovinho aqui, eu também resolvo o problema. Não tem besteira não. Tô de bola. Rapaz, e aí? Eu começo de repente e sai um churrasco. Aí cara, acertou 100%.
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Rapaziada beijo no coração Felipão mais uma vez muito obrigado muito bom cara quando eu fiz o convite para Felipe ele aceitou de imediato foi só a gente achar o horário mas Felipe sempre disponível obrigada a todos beijo no coração tchau tchau e até a próxima.

